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Lula a Bush: brasileiro não pode ser tratado como cidadão inferior

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista coletiva, que não tem "nenhum cabimento" um país como o Brasil, com a história de relacionamento com os Estados Unidos, estar excluído da lista de 27 nações cujos cidadãos ingressam no território norte-americano sem a necessidade de visto. Lula, que participa da reunião de Cúpula Extraordinária das Américas, afirmou que o brasileiro não pode ser tratado como "cidadão inferior". Na noite de ontem, o presidente brasileiro apresentou ao seu colega dos EUA, George W. Bush, em encontro reservado, proposta de um acordo para se isentar de vistos os cidadãos dos dois países, com perspectiva de vê-lo em prática até meados deste ano de 2004. Lula relatou que, durante o encontro com Bush, qualificou de descabidas as exigências feitas aos brasileiros nos EUA e afirmou que medidas como essas "somente atrapalham o relacionamento" entre os dois países. "Não temos nenhum interesse em que os americanos fiquem esperando nos aeroportos brasileiros e que os brasileiros fiquem esperando nos aeroportos americanos", afirmou Lula. "Reciprocidade não significa fazer mal a ninguém, mas ser respeitado lá fora". O presidente insistiu em que, no mundo globalizado, não há explicação para a rigidez dos EUA nas medidas de segurança adotadas, ainda mais levando-se em conta que o Brasil não possui "cultura terrorista". Lula contou que, durante a conversa com Bush, perguntou a ele se as medidas adotadas por Washington não teriam por objetivo real inibir a entrada de brasileiros nos Estados Unidos. Lula não relatou qual foi a resposta de Bush, mas disse que, se for esse o caso, melhor seria ambos os países adotarem mecanismos mais rígidos para a concessão dos vistos de entrada, o que eliminaria constrangimentos. Na entrevista, Lula disse ainda que qualquer país tem todo o direito de adotar suas regras para a entrada de pessoas.

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