Lucro com petróleo dobra contratações nos municípios

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Por AE
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Um estudo realizado por professores da Universidade Cândido Mendes (Ucam), em Campos dos Goytacazes (RJ), mostra que o número de pessoas empregadas por várias das prefeituras mais ricas do País duplicou em apenas quatro anos. Essas cidades mais ricas do País recebem royalties do petróleo, que financia uma verdadeira farra de contratação de servidores públicos e empresas terceirizadas. A dimensão do inchaço das máquinas públicas pode ser melhor avaliada quando comparado as despesas e receitas desses municípios com a de outras cidades do País. Em média, os 30 municípios que mais recebem royalties gastam em pessoal o equivalente a R$ 1.311,36 por habitante, de acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) - três vezes mais do que a média nacional, de R$ 489,50. O próprio município de Campos, maior recebedor individual de royalties do Brasil - R$ 848 milhões por ano -, foi recentemente alvo de um escândalo que provocou o afastamento do prefeito da cidade, Alexandre Mocaiber (PSB). Ele é acusado de usar fundações e organizações não-governamentais (ONGs) para desviar mais de R$ 200 milhões supostamente utilizados na contratação de 16 mil funcionários terceirizados. Em Macaé, o número de servidores cresceu 88% em quatro anos e a despesa de pessoal, 196%. O mesmo ocorre em outras prefeituras beneficiadas pelos royalties no litoral fluminense: Rio das Ostras, Cabo Frio, Quissamã e Casimiro de Abreu. Fora do Rio, também existem casos que chamam a atenção, como Coari (AM). A prefeitura amazonense teve seus royalties duplicados entre 2002 e 2006 e, no mesmo período, dobrou o número de servidores empregados e expandiu sua folha de pagamento em 289%. Contribuinte De acordo com o professor e economista Rodrigo Serra, da Ucam, a ampliação do número de servidores até seria aceitável se os municípios estivessem realmente investindo em serviços públicos à sociedade, mas esse parece não ser o caso da maioria das prefeituras que enriqueceram com os royalties. ?A sanha de contratação por algumas prefeituras endinheiradas sugere que ampliar o pessoal (seja na forma direta ou terceirizada) sem onerar o contribuinte (via royalties) virou uma estratégia eleitoral eficaz?, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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