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Lobista ligado a fraudes na Saúde ficará preso em Brasília

Por Agencia Estado
Atualização:

O lobista Laerte de Arruda Correia Júnior, preso neste domingo pela Polícia Federal em São Paulo, deverá ser transferido nos próximos dias para Brasília, onde corre o inquérito criminal da Operação Vampiro. Acusado de integrar a quadrilha que fraudava licitações no Ministério da Saúde, Laerte tinha prisão preventiva decretada pela 10ª Vara da Justiça Federal, mas estava foragido desde o início do mês. Ele se entregou após um acordo intermediado pelos seus advogados. Laerte, conhecido como "o Gordo", chegou a ser solto no final de maio, mas tentou sacar dinheiro de contas bloqueadas e o juiz Cloves Barbosa Siqueira o mandou de volta à cadeia. Seus advogados anunciaram que ainda nesta segunda-feira vão entrar com pedido de habeas-corpus na Justiça. Três detidos Dos 17 presos até agora pela Operação Vampiro, apenas três continuam detidos. Os outros dois presos são os empresários e lobistas Lourenço Rommel Peixoto e Jaisler Jabour de Alvarenga. Os demais foram libertados ao final de dez dias de prisão temporária. O esquema, que envolvia servidores do ministério, empresários, lobistas e representantes de laboratórios farmacêuticos, deu um prejuízo de R$ 2 bilhões aos cofres públicos em dez anos, conforme estimativa do Ministério Público. Caixa dois O juiz da 10ª Vara também acatou a argumentação do Ministério Público de que a prisão do lobista é fundamental para explicar o caixa dois de campanhas eleitorais. O esquema seria montado com propinas de laboratórios farmacêuticos beneficiados pelas fraudes do Ministério da Saúde. Na campanha eleitoral de 2002, Laerte intermediou a arrecadação de fundos para a campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto à indústria farmacêutica. Saque A Polícia apurou que Laerte era um lobista ostensivo, que em várias ocasiões usou de chantagem e ameaças para tentar obter vantagens. Apurou também que após a eleição presidencial ele continuou operando. Mesmo preso, Laerte usou a sócia Maria Tereza de Arruda Correa para tentar sacar na boca do caixa do banco R$ 4,5 milhões de uma conta bloqueada pela Justiça. Solto, ele tentou sacar R$ 800 mil de outra conta bloqueada. Por causa disso o juiz o mandou de volta à prisão.

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