PUBLICIDADE

Live de Bolsonaro com mentiras sobre fraudes na urna teve triplo de visualizações

Transmissão do dia 30 em que presidente apresentou notícias falsas e teorias conspiratórias teve mais de 900 mil visualizações só no YouTube

Foto do author Weslly Galzo
Por Weslly Galzo e Rafael Beppu
Atualização:

BRASÍLIA – Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha fracassado ao apresentar provas de fraude nas eleições, a transmissão ao vivo realizada na quinta-feira, 29, foi bem sucedida em capturar a atenção do público. Com uso da estrutura do Palácio do Planalto e retransmissão pela estatal TV Brasil, o chefe do Executivo conseguiu triplicar a média de visualizações em relação às “lives” que realiza toda quinta-feira.

O comum é que o canal oficial do presidente no YouTube registre, em média, 258 mil visualizações a cada “live”. No infame episódio do dia 29 de julho, Bolsonaro conseguiu que, até o momento, 900.717 pessoas o assistissem falando por mais de duas horas sobre teses infundadas de possibilidade de fraude eleitoral.

Em julho, presidente Bolsonaro fez live para apresentar supostas falhas de segurança das urnas eletrônicas — mandatário, na verdade, reproduziu boatos e fez alegações falsas. Foto: Twitter/Reprodução - 29/7/2021

PUBLICIDADE

No Facebook, rede social que costuma concentrar o público fiel do presidente, a chamada “live bomba” alcançou a marca de 1,2 milhão de visualizações, quando uma transmissão normal registra entre 250 e 400 mil espectadores. O canal da rádio Jovem Pan News, no YouTube, teve mais de 540 mil visualizações ao transmitir a live presidencial.

O que prometia ser o encerramento de um virulento avanço contra as instituições do Poder Judiciário, alegando apresentar provas da possibilidade de manipulação dos votos em urna eletrônica, acabou como um episódio em que o presidente apresentou notícias falsas, vídeos descontextualizados e teorias conspiratórias como evidências do discurso que ele próprio tem encampado. Quase todos os materiais trazidos na live já foram desmentidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e por agências de checagem de informação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.