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Lira tenta blindar Câmara no caso Daniel Silveira: ‘Instituições são maiores que indivíduos’

Câmara dos Deputados precisará tomar uma decisão sobre a prisão do deputado federal

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Por Marcelo de Moraes
Atualização:

BRASÍLIA - Com a Câmara dos Deputados próxima de precisar tomar uma decisão sobre a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o presidente da Casa, Arthur Lira, saiu hoje em defesa da instituição. Ele procurou blindar o parlamento da delicada situação de precisar deliberar sobre uma forte decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal, que ordenou a prisão do deputado.

“Todos, na vida pública, somos transitórios. E nosso maior dever, nossa maior missão, é ter a consciência de que nós não somos as instituições”, disse Lira nas suas redes sociais.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, na chegada ao Congresso nesta quinta-feira. Foto: Gabriela Biló/Estadão

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“As instituições são permanentes. As instituições ficarão. Nesse sentido, nãohaverá nunca crise entre as instituições, sobretudo quando há a exata compreensão de que elas são maiores do que qualquer indivíduo”, disse Lira, sinalizando que o Caso Daniel não pode ser maior do que Legislativo e Judiciário, abalando suas relações.

Na prática, a crise política aberta por Daniel Silveira se transformou num estorvo para todas as partes. Eleito há pouco mais de duas semanas, Lira vinha começando a destravar a agenda de votações na Câmara - já tinha aprovado, por exemplo, a autonomia do Banco Central. Além disso, por maiores que sejam as restrições feitas pelos parlamentares ao Supremo, nenhum deles, em juízo perfeito, concordou com o tom dos ataques e das ameaças feitas por Daniel Silveira aos ministros da Corte.

Para o Judiciário, a nova crise envolvendo um representante da ala radical do bolsonarismo também é desconfortável porque reabre uma ferida que começava a se cicatrizar.

Por fim, para o próprio governo não há vantagem alguma com o embate criado pelo deputado. Com as presidências da Câmara e do Senado mais alinhadas, a crise política atrapalha o andamento da agenda de propostas de interesse do Executivo. Incluindo as que podem garantir algum tipo de retomada do crescimento econômico.

Nesse jogo de completo perde-perde, Lira tem claramente a intenção de esfriar os ânimos o mais rápido possível para evitar que o trabalho da Câmara se perca no meio de uma brigalhada sem sentido.

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