Lira diz que discussão sobre auxílio emergencial ocorrerá ‘respeitando teto de gastos’

Apoiado por Bolsonaro, deputado é candidato à presidência da Câmara; Pacheco, que concorre no Senado, disse mais cedo que limite não é ‘intocado’

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Por Leonardo Augusto
Atualização:

BELO HORIZONTE – No mesmo dia em que o candidato à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), afirmou que o teto de gastos não é “intocado”, ao se referir sobre a possibilidade de novos pagamentos do auxílio emergencial, o candidato à Presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que, no caso dele, qualquer discussão sempre ocorrerá “respeitando o teto de gastos”. Pacheco e Lira têm o apoio do presidente Jair Bolsonaro na disputa dos cargos.

Depois de cumprir agenda em São Paulo, Estado com a maior bancada de parlamentares na Câmara dos Deputados, com 70 cadeiras, Lira desembarcou em Minas Gerais nesta quinta-feira, 21, também para dois dias de encontros com políticos e empresários. Minas é o segundo Estado em bancada na Câmara, com 53 parlamentares.

O deputado federal Arthur Lira é candidato à presidência da Câmara Foto: Dida Sampaio / Estadão

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Na prefeitura de Belo Horizonte, onde se reuniu com deputados e o prefeito Alexandre Kalil (PSD), Lira disse ainda que há muito o que fazer, antes de qualquer discussão sobre o auxílio emergencial. “Primeiro eu tenho que me eleger e ele (Pacheco) tem que se eleger. Se formos eleitos, porque tem o se, temos que sentar no dia 2 e definir a pauta mínima”.

A pauta mínima defendida por Lira é a instalação da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), a instalação e votação da PEC emergencial no Senado e fazer o mesmo em relação à reforma administrativa na Câmara. “Se essas três ações forem feitas, acho que teremos todas as condições de tratarmos das possibilidades de auxílio, agora, no meu caso sempre respeitando o teto de gastos”, pontuou.

Na prefeitura de Belo Horizonte, o encontro do candidato, que tem Baleia Rossi (MDB-SP) como rival na disputa, reuniu além do prefeito 29 deputados federais de Minas Gerais, ou seja, mais da metade da bancada do Estado.

Há cerca de 15 dias, o senador Pacheco fechou apoio do PSD à sua candidatura à presidência do Senado depois de conversa na casa de Kalil que contou também com a presença do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Porém, apesar do acerto, não há certeza de que o acordo garanta todos os votos dos senadores da legenda, já que a votação é secreta e o risco de traição é alto.

O encontro com Kalil foi na prefeitura. Em seguida, o candidato à presidência da Câmara dos Deputados se reuniu com deputados estaduais na Assembleia Legislativa. O outro compromisso foi com o governador Romeu Zema (Novo). Nas três reuniões compareceram deputados federais. Nesta sexta, 22, o candidato à presidência da Câmara vai à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

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Arthur Lira lidera a briga por votos na Câmara dos Deputados nas três bancadas temáticas da Casa, a ruralista, a da bala e a evangélica. Os números têm como base o placar do Estadão.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast nesta quinta-feira, 21, Pacheco defendeu a retomada do auxílio emergencial ou um aumento do bolsa família, e disse que o teto de gastos não é “intocado”. A regra impede o crescimento real das despesas de um ano para outro e é defendida pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, como principal estratégia para reduzir a incerteza sobre a dívida pública brasileira.

“Nós precisamos, enquanto Estado brasileiro, encontrar uma solução para remediar o problema dessas pessoas mais vulneráveis, seja com auxílio emergencial renovado seja com incremento do Bolsa Família ou de algo assemelhado”, afirmou Rodrigo Pacheco. “O teto não pode ser intocado em um momento de extrema necessidade em que é preciso salvar vidas. Obviamente, essa rigidez pode eventualmente ser relativizada, mas vamos trabalhar muito para que não seja relativizada”, disse.

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