Líderes não crêem em volta de Jader

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Por Agencia Estado
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O retorno do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) à presidência do Senado está fora de cogitação. Durante reunião de duas horas do colégio de líderes partidários com o presidente interino da Casa, Edison Lobão (PFL-MA), a situação do presidente licenciado do Senado tomou, pelo menos, uma hora e meia da reunião. "Alguém aqui acha que Jader tem condições de voltar ao cargo?", perguntou o líder do bloco de oposição, senador José Eduardo Dutra (PT-SE). Ninguém respondeu. Na interpretação dos presentes, o silêncio teria sido um claro sinal do isolamento de Jader Barbalho, mesmo entre seus aliados. Uma prova concreta de que a situação do senador licenciado complicou-se desde a última reunião do Colégio (em 28 de junho) foi o acordo feito hoje para a aprovação, na segunda semana de agosto, do requerimento da oposição que solicita ao Banco Central o relatório sobre as irregularidades no Banco do Estado do Pará (Banpará), apontando Jader como um dos beneficiários do desvio de recursos. Antes do recesso parlamentar, os partidos de oposição não conseguiram o apoio do PMDB e do PSDB sequer para realizar a votação da proposta. Com as informações oficiais do BC, a oposição pretende entrar com representação contra Jader - que poderá resultar em processo de cassação - caso comprove que ele mentiu na tribuna, quando negou ter sido beneficiário do desvio do Banpará. Todos os líderes se comprometeram a não obstruir qualquer investigação sobre Jader. "Vamos apoiar tudo que chegar para ser investigado", afirmou o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ligado a Jader Barbalho. A hipótese de renúncia não foi mencionada pelos senadores durante a reunião dos líderes, que contou também com a presença de integrantes da Mesa do Senado e presidentes de comissões permanentes. "Acho pouco provável que ele (Jader) altere a licença de 60 dias", continuou Calheiros, para ressaltar que o partido não vai se precipitar em discutir a sucessão na presidência do Senado. "A renúncia é uma decisão pessoal", concluiu o líder do PMDB.

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