Líderes de PMs foram ameaçados de morte

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Por Agencia Estado
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Os serviços de inteligência do Exército e Polícia Militar de Tocantins descobriram que os 13 PMs que lideraram a greve no Estado estão sofrendo ameaças de morte de alas de dentro da corporação contrárias à manifestação. Nesta quinta-feira, uma das preocupações das tropas federais era com o transporte dos presos para a Procuradoria da Justiça, onde eles ficarão por tempo indeterminado. Pelo levantamento feito pelos serviços reservados, existiria a intenção de provocar um incidente entre os grevistas para que o movimento se refletisse mais profundamente no governo estadual. Segundo um oficial do Exército que teve acesso às informações, tudo poderia acontecer durante a transferência dos presos para o local onde deveriam ficar até que suas prisões fossem revogadas. Desde a saída dos 13 líderes da greve do quartel do 1º Batalhão de Polícia Militar até a promotoria, dois carros do serviço reservado do Exército acompanharam o ônibus dos PMs. Nesta quinta-feira, o governador do Tocantins, José Siqueira Campos (PFL), admitiu que havia grupos infiltrados e culpou políticos de oposição de torcerem por um desenrolar trágico da greve. "Eles queriam um cadáver", disse Siqueira Campos, recusando-se a declinar nomes. O governador confirmou, ainda, outra informação do serviço reservado. "Há duas facções dentro da PM, hoje", afirmou Campos. Durante a entrevista dada por Siqueira Campos, sua assessoria distribuiu um documento relatando que o líder dos grevistas, o sargento Emanuel Aragão da Silva, estava sendo processado por diversos crimes. Segundo o documento, elaborado pela própria PM, Aragão esteve envolvido em irregularidades na concessão de carteiras de habilitação quando participava da banca examinadora do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Por isso, Aragão chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Estadual. Aragão, conforme o dossiê feito pela PM do Tocantins, esteve envolvido em brigas, usando a arma da corporação, e chegou a sofrer sanções administrativas, incluindo prisões, durante seus oito anos de carreira militar, iniciada em Goiás. Considerado o principal mentor da paralisação da PM, o sargento poderá até ser expulso. Ele é acusado de motim, um dos principais crimes militares.

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