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Líderes da oposição exigem renúncia de ministro e autoridades

Por RAYMOND COLITT
Atualização:

Líderes da oposição exigiam na quarta-feira a renúncia do ministro da Defesa, Waldir Pires, e das autoridades do setor aéreo depois do acidente com um Airbus A320 do vôo 3054 da TAM em Congonhas, que pode ter matado 190 pessoas. "Liberar uma pista que não está em condições é igual a assassinato. São assassinos", disse Onyx Lorenzoni (RS), líder do DEM, ex-PFL, na Câmara dos Deputados. "Eles mostraram sua incompetência e deveriam enfrentar processo criminal e ir para a cadeia." Ele defendeu como "imprescindíveis as renúncias de Pires e dos presidentes da Infraero, tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi. Na noite de terça-feira, o Airbus que vinha de Porto Alegre passou por cima da avenida Washington Luís, zona sul de São Paulo, antes de se chocar com dois prédios e um posto de gasolina, após tentar pousar em Congonhas. A pista principal do aeroporto de Congonhas foi reformada recentemente e entregue sem as ranhuras (grooving) que ajudariam a escoar a água. O acidente da TAM superou a tragédia com o Boeing da Gol, em setembro passado e que matou todas as 154 pessoas a bordo, como pior desastre aéreo da aviação brasileira. "Todo mundo está assustado", disse o deputado Antonio Carlos Pannunzio, líder do PSDB na Câmara. "Ele (Pires) não tem nada mais que fazer no cargo, se é que fez alguma coisa", disse o deputado. O deputado federal Júlio Redecker, do PSDB, estava no avião acidentado. Especialistas afirmam que o acidente pode funcionar como catalisador para a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo já vinha sendo criticado pela crise aérea que estourou depois do acidente com o Boeing da Gol. "A imagem dele ficará manchada, deve haver algum impacto sobre sua popularidade, mas, a julgar pelos índices atuais, o impacto não deve ser muito grave", disse o consultor político Carlos Lopes. Nos últimos meses, apesar da crise aérea, as taxas de aprovação do governo Lula permaneceram praticamente intactas. (Reportagem adicional de Andrei Khalip)

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