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Líderes da base esperam que Supremo reverta votação secreta para Comissão do impeachment

Esperança de governistas é de que Corte siga o mesmo entendimento adotado na votação para manter o senador Delcídio Amaral preso

Por Daiene Cardoso , Daniel de Carvalho , Bernardo Caram , Rachel Gamarski e Igor Gadelha
Atualização:

Brasília - Líderes da base aliada deixaram a sessão plenária da Câmara nesta terça-feira, 8, contando com a possibilidade de intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF) na votação da chapa para formação da Comissão Especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Também não faltaram críticas à articulação do governo na busca por votos favoráveis e no fracasso da estratégia que, segundo os aliados, ficou concentrada nas mãos dos petistas.

Na avaliação dos governistas, como o STF obrigou o Senado a votar de forma aberta na sessão que manteve o senador Delcídio Amaral (PT-MS) preso, os ministros seguirão a mesma linha quando analisarem o pedido do PC do B protocolado nesta tarde. "O presidente (Eduardo Cunha) imprimiu um procedimento equivocado. Essa votação tinha de ser aberta. O STF vai ter de se meter nisso", protestou o líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL).

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O parlamentar sabe que parte de sua bancada colaborou com a derrota do governo e atribuiu a perda ao voto secreto. Para ele, os votos contra o Palácio do Planalto foram dados por deputados insatisfeitos por não serem indicados para o colegiado. "O voto fechado destruiu a pouca articulação do governo", observou.

O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), disse que em voto secreto a tendência é sempre que alguns parlamentares busquem o tensionamento com o governo. "Essa votação adotou procedimentos ilegais. É lamentável. Um tema grave como este não tem porque o parlamentar se esconder", comentou o peemedebista.

O deputado Wadih Damous (PT-RJ) saiu do plenário afirmando que a votação foi "absolutamente inconstitucional" e que os aliados do governo estudam um novo recurso contra a votação. "Nosso sentimento é de indignação do golpe dado aqui. Cunha não tem mais condições de presidir, a cada dia ele prova isso", enfatizou.

O vice-líder do governo, Orlando Silva (PC do B-SP), disse que o resultado desta tarde era previsível. "Não há estratégia para enfrentar essa crise. Não há comando único e amplo", destacou. Quintella concordou com a avaliação de Silva de que houve concentração de comando no PT. "Faltou articulação", emendou. 

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