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Líderes aguardam acordo para retirar urgência do pré-sal

Por CAROL PIRES
Atualização:

A oposição ainda não recebeu a resposta do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), sobre a proposta de que, se o governo retirar a urgência dos projetos do pré-sal, DEM e PSDB se comprometem em votar os textos antes da eleição. Jucá disse aos líderes oposicionistas, na semana passada, que um acordo precisaria do aval da Presidência. Desde então, o líder se encontrou pelo menos duas vezes com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mas nenhuma resposta foi dada a José Agripino Maia (RN) e Arthur Virgílio (AM), senadores líderes do DEM e do PSDB, em ordem. Os três devem voltar a conversar amanhã. Se não houver acordo, o governo precisará enfrentar diversos desafios para conseguir colocar os projetos do pré-sal em pauta. Isto porque duas Medidas Provisórias (MPs) trancam a pauta. Nesta semana, outra MP, que concede reajuste de 7,7% aos aposentados, chegará ao Senado e também terá prioridade na pauta. Uma vez rejeitado o acordo, Virgílio adianta qual será a estratégia: os 30 senadores da oposição se inscreverão, todos os dias, para discursar em plenário, para atrasar as votações das MPs. Se o atraso se estender até o final deste mês, o desafio do governo será o de articular dentro da própria base aliada para que os senadores não saiam de Brasília e garantam o quórum de 41 senadores em plenário - mínimo necessário para votar os projetos de lei do pré-sal. Em junho, porém, os senadores têm pelo menos três motivos para sair da capital. A partir do dia 5, começarão as convenções partidárias para a eleição de outubro. No dia 11, começa a Copa do Mundo de Futebol. Entre os dias 13 e 29, os parlamentares do Nordeste estarão voltados para as festas juninas da região. Em contrapartida, se o governo aceitar a proposta de retirar a urgência, José Agripino Maia garante que não quebrará o acordo de votar os textos antes das eleições. "Isto é um compromisso: votar os projetos até o recesso, que começa em 17 de julho. É um acordo de cavalheiros", disse. Agripino pondera, no entanto, que o acordo é de procedimento, mas não de mérito. Ou seja: a oposição concorda em votar os projetos, o que não significa que votará favoravelmente. "O compromisso não é de votar a favor, é de votar", resume. A oposição sabe que, mesmo colocando todos os seus parlamentares em plenário, é difícil derrubar os projetos, pois o governo é maioria.

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