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Lideranças partidárias criticam Levy em almoço com Cunha

De acordo um dos participantes, a avaliação geral foi de que a política econômica 'está muito difícil porque não tem resultado prático'

Por Daniel de Carvalho
Atualização:

Brasília - Em almoço na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta terça-feira, 20, líderes partidários, inclusive governistas, criticaram a política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Participaram do encontro líderes de PTB, PMDB, PP, PSD, PSC, PHS e PRB. De acordo um dos participantes, a avaliação geral no almoço foi de que "a política econômica está muito difícil porque não tem resultado prático" e de que "se tem uma coisa que está unindo governo e oposição, é o Levy", porque o ministro é alvo de críticas de todos os lados. Mais cedo, em reunião entre líderes da base com o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), o deputado Orlando Silva (PC do B) expressou o desconforto dos aliados com as críticas públicas feitas pelo presidente do PT, Rui Falcão a Levy. Ele disse que as bases de outros partidos também criticam a política econômica, mas que, nem por isso, eles expunham a presidente Dilma Rousseff como fez o PT.

O ministro Joaquim Levy Foto: Dida Sampaio/Estadão

Segundo relato de um líder governista, Cunha estava bem humorado e não tocou em assuntos polêmicos como as denúncias de corrupção que pesam contra ele e a possibilidade de acatar algum pedido de impeachment de Dilma. O deputado disse que Cunha se mostrou aberto a ouvir propostas de pautas e se disse aberto a começar a discutir uma reforma previdenciária. Um dos líderes presentes, Rogério Rosso (PSD-DF) ficou de apresentar projetos de desenvolvimento econômico. O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), ficou de apresentar projetos na área de segurança. Eduardo Cunha foi abordado sobre a morosidade da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria a CPMF. Principal medida do ajuste fiscal, o texto está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde não tem nem mesmo um relator ainda. O colegiado é comandado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), aliado do peemedebista. Cunha disse que, apesar de contrário à tributação, não está trabalhando contra a CPMF. Apesar da tentativa de impor uma agenda positiva na Câmara, líderes disseram que Cunha não vai encerrar o bate-boca com a presidente Dilma Rousseff iniciado no último domingo. Ao ser questionada sobre a repercussão internacional das denúncias contra Cunha, a petista disse no domingo "lamento que seja um brasileiro". Nessa segunda, o presidente da Câmara retrucou: "Eu lamento que seja com um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo". Nesta manhã, na Finlândia, Dilma deu a tréplica: "Primeiro, não vou comentar as palavras do presidente da Câmara. Segundo, o meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção. Não é o meu governo que está sendo acusado". A discussão foi batizada pelos deputados de "fight intercontinental".

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