Líder tucano no Senado insiste em CPI do caso Celso Daniel

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Por Agencia Estado
Atualização:

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), vai tentar pela terceira vez abrir uma CPI para investigar a morte do prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002. Virgílio disse que iniciará novamente a coleta de assinaturas nesta segunda-feira. Seu argumento é de que o Senado não pode continuar ignorando o caso depois das declarações do oftalmologista João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado. Na semana passada, ele disse ao Estado ter certeza de que o crime foi encomendado. Segundo João Francisco, o ex-secretário de Governo de Santo André, Gilberto Carvalho, hoje chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contou a ele, após o seqüestro e fuzilamento do prefeito, que tinha a incumbência de levar dinheiro de propina para o PT. Na versão do oftalmologista, Gilberto disse que o dinheiro era entregue ao então presidente do PT, José Dirceu, atualmente ministro da Casa Civil. ?As declarações do João Francisco, pela primeira vez feitas publicamente, mostram que o caso é muito mais tenobroso do que se possa imaginar?, afirmou Virgílio. O irmão de Celso Daniel já havia falado sobre propina para o PT, mas apenas em depoimento secreto ao Ministério Público, em maio de 2002. O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), reagiu com veemência à proposta. ?A CPI é uma tentativa de transformar o Congresso em uma delegacia de polícia. É uma proposta extremamente apelativa e desqualifica o trabalho do Congresso. Aliás, nunca vi o Congresso assumir para si a investigação de um assassinato?, afirmou Chinaglia, argumentando que o caso já foi investigado pelas polícia e agora está sendo apurado pelo Ministério Público.

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