
24 de novembro de 2013 | 09h33
Nota oficial do Ministério da Justiça diz que Cardozo foi o responsável pelo envio d o material, recebido das mãos do deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT), atual secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo. A informação contradiz memorando anterior de um delegado da Polícia Federal, segundo o qual o relatório elaborado pelo ex-diretor da Siemens havia sido entregue pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que investiga denúncias de formação de cartel em São Paulo e no Distrito Federal.
Em texto publicado no site do PSDB paulista, Sampaio critica a participação do ministro no episódio e a classificou como "inaceitável". "Ao admitir que encaminhou o documento à Polícia Federal, o ministro demonstra claramente que integrou essa trama vergonhosa e sórdida com o uso de órgãos do governo federal para perseguir e atacar adversários políticos", afirmou, no site tucano. "Há em curso uma ação ordenada que, para mim, tem dois objetivos claros: minimizar o impacto da prisão dos mensaleiros e jogar gasolina na fogueira contra o PSDB em São Paulo."
O deputado diz que Cardozo foi o destinatário da denúncia - que Sampaio qualifica como "forjada" - porque o ex-diretor da Siemens Everton Reinheimer pediu um emprego na Vale. "Nem o Cade, a Polícia Federal ou Ministério Público teriam condições de fazer essa indicação (para o cargo). Isso leva a crer que o denunciante foi até ao ministro porque sabia que, para ser atendido, teria de procurar o partido ou alguém do governo", disse.
Cardozo afirma que repassou o documento à PF "no estrito cumprimento do dever legal, para as devidas investigações". Tanto a PF quanto o Cade são submetidas ao ministério.
Reportagem publicada na quinta-feira pelo Estado revelou que o ex-executivo da Siemens Everton Rheinheimer afirmou ter "documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os governos (Mário) Covas, (Geraldo) Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM".
No mesmo documento, Rheinheimer disse que o atual secretário da Casa Civil do governo Alckmin, Edson Aparecido (PSDB), teria recebido propina de multinacionais suspeitas de participar do esquema. Os secretários Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos), Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico) e José Aníbal (Energia) também são citados pelo ex-diretor.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pediu acesso aos documentos em posse da Polícia Federal antes de tomar qualquer atitude em relação a acusações contra seus auxiliares. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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