O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), defendeu nesta quarta-feira, 10, o adiamento do depoimento do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa na CPI Mista sobre a estatal. Representantes da cúpula do partido - como Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (RN) - teriam sido citados em depoimento de Costa feito ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal como integrantes de um esquema de desvios na Petrobrás.
"Em processo de delação premiada não se pode falar nada. Defendi que deveria ter um depoimento apenas após o término da delação. Agora seria perda de tempo", afirmou o peemedebista ao
Broadcast Político
, ao chegar para a posse do ministro Ricardo Lewandowski como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
O líder do PMDB considerou ainda como "muito ruim" os vazamentos das primeiras informações prestadas por Paulo Roberto Costa. "Acho muito ruim com qualquer um quando saem ilações desse tipo. O Henrique vai se defender do quê?", afirmou o deputado, referindo-se ao presidente da Câmara.
Cunha participou no início da tarde desta quarta-feira de reunião entre líderes do Congresso que acertou o depoimento de Costa para a próxima quarta-feira, 17. Conforme revelou o
Broadcast Político
, no encontro, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também se posicionou pelo adiamento do depoimento do ex-diretor da estatal, alegando que ouvi-lo neste momento seria "perda de tempo".
A reunião ocorreu no gabinete do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB/PB), e também contou com a participação de lideranças do PSDB, DEM, PPS, Solidariedade e do relator da comissão, Marco Maia (PT-RS). Com maioria no encontro, integrantes da oposição conseguiram marcar o depoimento do ex-diretor para a próxima semana.
Procurado pela reportagem, o senador Humberto Costa foi questionado sobre os motivos de ser contra a ida do delator à CPMI. "Não sou só eu, não. Nos posicionamos, o Arnaldo Faria de Sá e o Eduardo Cunha também, mas foi no sentido de que ele
(Costa)
não vai falar nada", afirmou o petista. "Acho que pode terminar gerando desgaste para a gente. O Paulo Roberto Costa vem e não vai falar nada. Vai alegar que é acusado e já está falando na Justiça", acrescentou.