O líder do governo no Senado, Romero Jucá(PMDB-RR), protocolou nesta quarta-feira, 6, o pedido de criação da CPI dos cartões corporativos na Mesa do Senado, informou a secretária-geral Cláudia Lira. Segundo ela, o requerimento contém 31 assinaturas. São necessárias 27 para se criar uma CPI, número que corresponde a um terço dos senadores. Veja também: Entenda o que são os cartões corporativos do governo Suplicy defende que CPI apure gastos secretos da Presidência Após denúncia, governo publica mudanças para cartões Congresso volta ao com CPI na mira e sete MPs na pauta Lula nomeia secretário-adjunto para lugar de Matilde 'CPI vai investigar desde 2001', diz Carlos Sampaio Ainda de acordo com a secretária-geral, uma vez conferidas as assinaturas, o procedimento que será realizado ainda nesta quarta é analisar o objetivo do requerimento para verificar se há fato determinado a ser apurado. E acrescentou que é "de praxe" o presidente do Senado submeter aos líderes partidários o requerimento de criação de uma CPI antes de instalá-la. Em entrevista, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou que quer instalar "de imediato" a CPI. As denúncias sobre o uso indevido dos cartões já derrubaram a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, na sexta-feira passada. Denúncias de uso indevido do cartão corporativo atingiram também os ministros Orlando Silva (Esporte), que devolveu à União os valores gastos nos últimos dois anos, e Altemir Gregolin (Pesca) e os seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva baseados em São Bernardo do Campo. No último caso, a Presidência informou que não se manifestará sobre despesas sigilosas. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que está assustado com a iniciativa do governo de coletar assinaturas para a criação da CPI. O deputado é autor do pedido de instalação de uma CPI, com o mesmo objetivo, que até o momento só havia recebido apoio da oposição. "O que motivou Jucá a pedir a CPI não pode ser uma causa lógica. É para enterrar a CPI", afirmou Carlos Sampaio. Sampaio tem mobilizado parlamentares para criar uma CPI mista, de senadores e deputados. "Não faço nenhuma resistência de alterar o meu requerimento para que as investigações sejam feitas nos últimos 10 anos, como propõe o governo", afirmou Sampaio. Além das despesas com os chamados cartões corporativos a partir de 2002, Romero Jucá propõe que sejam investigadas todas as despesas do governo com o chamado suprimento de fundos, que eram destinados a gestores públicos para pagamentos despesas efetuadas com de cartões de crédito e pagamento de cheques. Embora os governos sempre trabalhem para evitar a instalação de CPIs, com o argumento de que toda CPI é prejudicial ao Executivo, Jucá afirmou que teve a autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para apresentar sua proposta aos colegas. "Pior que a CPI é uma nuvem de suspeita sobre o governo como se o governo estivesse querendo esconder alguma coisa, inclusive despesa do presidente e de seus familiares", disse o líder. Com Christiane Samarco e Cida Fontes, de O Estado de S. Paulo