Líder do governo diz que Planalto não vai discutir flexibilizar superávit

Em discurso no Senado, Delcídio Amaral enfatizou que governo pretende manter a proposta do ministro da Fazenda Joaquim levy

Por Rafael Moraes Moura e Bernardo Caram
Atualização:

Brasília - O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), disse nesta segunda-feira, 13, que a flexibilização da meta do superávit primário é um tema que o governo "não vai sequer discutir". O comentário foi feito depois de o senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentar proposta de reduzir a meta de superávit primário de 2015 dos atuais 1,1% para 0,4% do PIB.

Além da redução da meta de R$ 66,3 bilhões, ou 1,1% do PIB, a área econômica estuda criar uma banda de flutuação para o superávit primário entre 0,6% e 1,6%, num modelo parecido com as metas de inflação.

O senador e líder do governo na Casa, Delcídio Amaral (PT-MS) Foto: Andre Dusek/Estadão

PUBLICIDADE

"Não há nenhum encaminhamento de flexibilização, não há nenhum encaminhamento de redução do superávit fiscal. Isso ficou muito claro na reunião hoje de coordenação com a presidente Dilma. E eu estou repetindo exatamente o que foi dito: não há nenhum encaminhamento diferente daquele que vocês sabem e que foi anunciado pelo ministro Levy", disse o petista.

"Até por uma questão de bom senso, essa é a postura correta do governo. Tem que manter as suas posições e trabalhar forte para fazer um ajuste importante para que efetivamente, a partir do ano que vem, as coisas fiquem mais tranquilas com relação à economia." 

Metáfora. O senador comparou uma eventual mudança na meta fiscal a uma partida de futebol. "O ministro Levy está fazendo um trabalho grande até para construir outras alternativas para consolidar o superávit. Você no meio do jogo vai dizer que serve um empate? Que serve ganhar de 3 a 2? Que pode fazer dois gols na gente? Não. Tem que trabalhar firme. Falta a desoneração. Aí, em função de outras medidas que vão vir, você vai calibrando o superávit até fazer uma avaliação mais realista, talvez à frente se esse for o entendimento", comentou o líder do governo no Senado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.