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Líder do DEM diz que oposição não vai ajuda a adiar análise de vetos

Congresso analisa nesta tarde vetos à proposta que reajusta em até 78% os salários dos servidores do Judiciário e governo tem pressionado para que votação seja adiada

Por Carla Araujo
Atualização:

Brasília - O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, afirmou nesta tarde que a oposição não participará de entendimentos para adiar a sessão do Congresso que vai apreciar 32 vetos presidenciais, entre eles o que prevê um reajuste escalonado de até 78% para os servidores do Judiciário. "A oposição não vai participar de nenhum entendimento nesta direção. Esse é um problema do governo, da base do governo. A oposição tem um pouco mais de 100 deputados. Se o governo quer manter os vetos, precisa colocar a ausência ou a presença de 257 votos", disse. 

"Um governo que não tem esse controle já se desmilinguiu, ele não existe mais." Para derrubar qualquer dos vetos da pauta são necessários os votos de pelo menos 257 deputados e 41 senadores. 

Plenário da Câmara dos Deputados Foto: André Dusek/Estadão

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Segundo Mendonça, não há como saber o resultado da sessão de hoje caso ocorra a votação e até mesmo a base governista está dividida entre duas teses. "Eles não sabem se porventura bancam e vão para o voto, e isso tem um risco muito forte, ou se postergam o processo de votação, fato que tem se repetido nas últimas votações do Congresso", disse. "Ninguém tem segurança do lado do Executivo e sequer dos líderes da Casa sobre qual será o resultado dessa votação".

Desde segunda, o Palácio do Planalto deflagrou uma operação para adiar a sessão. O receio é de que a derrubada dos vetos possa custar, conforme dados do próprio governo, pelo menos R$ 127,8 bilhões até 2019, anulando o esforço para fechar as contas do governo neste e nos próximos anos. 

Para o líder do DEM, o governo não pode transferir para a oposição um problema que foi criado pelo próprio governo. "O governo foi passivo, esse assunto passou pela Câmara sem sequer ser votado pelo Plenário", lembrou. 

Quando a proposta de reajuste saiu das comissões na Câmara, foi direto para o Senado, onde foi aprovada, e não houve recurso por parte do governo para que a matéria fosse levada ao Plenário da Câmara. "O governo diz que é uma pauta-bomba, mas deixou passar aqui e sequer apresentou recursos para que a matéria fosse deliberada pelo Plenário da Casa. Há um clima de terror, mas, se o terror existe, ele foi criado pelo próprio governo", afirmou.

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