Líder do Centrão, Lira cobra Pazuello por 'soluções', mas nega pressão para saída de ministro

Nos bastidores, o Centrão, grupo liderado por Lira, tenta reaver o comando da pasta; ministro no governo Temer, Ricardo Barros é cotado para o cargo

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Por Camila Turtelli e Daniel Weterman
Atualização:

BRASÍLIA - Candidato à presidência da Câmara com apoio do Palácio do Planalto, o deputado Arthur Lira (PP-AL) cobrou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por soluções para a vacinação contra a covid-19, mas negou que a declaração tenha como objetivo a saída do general.

Nos bastidores, o Centrão, grupo liderado por Lira, tenta reaver o comando da pasta, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios. Um dos nomes cotados para assumir o lugar de Pazuello é o do atual líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), que foi ministro da Saúde na gestão de Michel Temer. 

O candidato do governo à presidência da Câmara,Arthur Lira (PP-AL). Foto: Najara Araújo/Agência Câmara - 20/5/2020

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“Se houver críticas ao ministro Pazuello, nós vamos fazê-lo, como fiz aqui; tem de apresentar soluções de logística, tem de cuidar da temática de não deixar faltar insumos e nem vacinas para o Brasil. Tem (também) de tratar junto do Ministério de Relações Exteriores, no tratamento com Índia e China. Essas pontuações a gente faz porque é nossa obrigação fazer. A população acredita no seu parlamentar para solucionar”, disse Lira em entrevista em um hotel de Brasília na manhã desta segunda-feira.

Após São Paulo dar o pontapé inicial da vacinação contra a covid-19, Pazuello vinha sendo criticado pela demora do governo federal em levar as doses de imunizantes para o restante do País. Em entrevista na manhã de hoje em Guarulhos (SP), o ministro antecipou para hoje o início da campanha em todos os Estados - inicialmente a previsão era começar só na quarta-feira, 20. Segundo Lira, no entanto, o Centrão acaba sendo culpado pelas críticas.

“Vamos deixar claro: toda hora que se quer atirar uma pedra, tem uma vidraça e quem atira a pedra é o Centrão, não é isso? Ninguém está tratando desse assunto, nós estamos tratando de assunto de pandemia e tem de ser uma coisa de muito respeito e preocupação de todos os parlamentares”, disse Lira.

O candidato do Progressistas defendeu o Sistema Único de Saúde (SUS) e disse que, na Câmara, um grupo de estudos poderá fazer uma avaliação critica do sistema. “É muito importante o respeito ao SUS no Brasil”, disse. 

Lira afirmou que o Ministério da Saúde precisa resolver questões burocráticas para evitar falta de vacina no País. Por outro lado, criticou o governador de São Paulo, João Doria, por "passar na frente de todos os governadores e prefeitos" ao iniciar a vacinação no Estado. "Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa, deve ser usada e comprada independentemente de ideologia ou de país",afirmou Lira. “Não devemos nesse momento fazer a politização da vacina. Não defendo radicalismos e nem posições abruptas de ninguém.” 

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O parlamentar evitou comentar sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à vacina. “Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) deve ser usada e comprada independente de ideologia ou de pensamentos”, disse Lira.

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