Liberação de verba sobe após revelação de patrimônio do petista

Desde que estourou o escândalo, há dez dias, foram liberados R$ 45,3 mi em restos a pagar de emendas parlamentares

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Por Redação
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Só nos últimos dez dias, desde que estourou o escândalo do ministro-chefe da Casa Civil, foram liberados R$ 45,3 milhões do total de R$ 103,2 milhões pagos até anteontem. Na base aliada, o PMDB é um dos maiores insatisfeitos com a demora no preenchimento dos cargos de segundo escalão e com o atraso na liberação de emendas de parlamentares.

 

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Segundo levantamento feito no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) pela assessoria técnica do DEM, os R$ 103,2 milhões de restos a pagar de emendas específicas (para obras determinadas) propostas por deputados, senadores e bancadas são a segunda maior liberação nos quase cinco meses de governo Dilma Rousseff.

 

Na véspera da eleição das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, a presidente quitou R$ 148 milhões de restos a pagar até 31 de janeiro. Em fevereiro, a liberação foi de apenas R$ 46,6 milhões. Já em março, depois da aprovação do salário mínimo R$ 545 pela base aliada, Dilma autorizou R$ 66,5 milhões em restos a pagar.

 

Com uma bancada de 15 deputados e um senador, o PC do B obteve proporcionalmente, em maio, uma alta taxa de liberação de restos a pagar: foram R$ 2,3 milhões. O deputado comunista Aldo Rebelo (SP) foi o relator do Código Florestal, que acabou desagradando à presidente Dilma.

 

Os restos a pagar são recursos cujos gastos foram autorizados pelo governo no Orçamento, mas não efetivamente pagos. É por intermédio das emendas que os parlamentares beneficiam seus redutos eleitorais com obras. Por isso a liberação de emendas tem se transformado num instrumento de pressão ou barganha entre Legislativo e Executivo.

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