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Lessa quer nova data para depor sobre Operação Navalha

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Por RICARDO RODRIGUES
Atualização:

A Superintendência da Polícia Federal (PF) em Alagoas informou que o candidato ao governo Ronaldo Lessa (PDT) solicitou hoje uma nova data para prestar depoimento sobre o suposto superfaturamento das obras de macrodrenagem do Distrito Industrial de Maceió. Lessa deveria ter prestado depoimento ontem no inquérito sobre a Operação Navalha, mas não compareceu à sede da corporação nem deu explicações.De acordo com a assessoria de imprensa da PF, o delegado Felipe Correia analisa o pedindo de Lessa, mas ainda não se manifestou a respeito. "Por enquanto o pedido está em fase de análise. Por isso, ainda não temos uma data para o depoimento do ex-governador Ronaldo Lessa", informou.O pedido de Lessa foi apresentado por seu advogado penal, José Fragoso, que esteve pessoalmente na sede da instituição, no bairro de Jaraguá. "Eu estive lá para mostrar que o meu cliente não foi intimado para nenhum depoimento na terça-feira passada. Por isso, solicitei - por meio de um requerimento - que a Polícia Federal escolha uma nova data. Desta vez ele vai comparecer e prestar os esclarecimentos sobre o caso." Fragoso não quis entrar no mérito da denúncia que pesa sobre Lessa com relação à Operação Navalha, deflagrada em Alagoas e em pelo menos mais sete Estados. De acordo com a PF, foram desviados cerca de R$ 14 milhões das obras da macrodrenagem, que estavam sob a responsabilidade da Construtora Gautama. Esses valores atualizados pela taxa básica de juros, a Selic, chegariam a R$ 46 milhões.Além de Lessa, foram convocados para prestar depoimento ontem na PF - e não compareceram - o ex-governador Manoel Gomes de Barros e o empresário Zuleido Veras, dono da Gautama. Em 2007, quando a Operação Navalha foi desencadeada, os contratos da Gautama sob suspeita somavam R$ 499,96 milhões. O valor total dos contratos realizados à época pela construtora estava estimado em R$ 1,5 bilhão.ProcessoNo horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, Ronaldo Lessa acusa o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que disputa com ele o segundo turno das eleições em Alagoas, de ter recebido R$ 500 mil de propina da Construtora Gautama. Lessa chega a usar imagens do noticiário do Jornal Nacional e Fantástico, da Rede Globo, para denunciar o suposto envolvimento de Vilela na Operação Navalha.Já Vilela não só nega o recebimento de propina da Gautama como apresenta um documento da Controladoria Geral da União (CGU) dizendo que nada consta contra o governador. Por conta a denúncia de recebimento de propina, Vilela está processando Lessa na Justiça Estadual. A ação foi protocolada no Tribunal de Justiça do Estado em julho de 2010, pelo advogado Delson Lyra da Fonseca.Segundo um assessor de Vilela, o governador decidiu processar Lessa a pedido da filha, que não teria gostado de ouvir o pai ser chamado de ladrão. Lessa é acusado de calúnia e difamação.

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