Leia a íntegra do discurso de Lula na posse dos ministros

Presidente faz elogios aos novos ministros e exalta feitos de sua gestão na economia

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou mais três ministros nesta sexta-feira, 23. A ex-prefeita Marta Suplicy assumiu o Turismo, Walfrido dos Mares Guia, o Ministério das Relações Institucionais, e Reinhold Stephanes, a Agricultura. Em seu discurso, Lula ressaltou os êxitos da economia sob sua gestão, agradeceu os ministros que estão deixando o cargo e elogiou os que chegam ao Planalto para o segundo mandato. Leia abaixo a íntegra do discurso: Excelentíssimo companheiro José Alencar, vice-presidente da República, Nosso querido companheiro Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara dos Deputados, Meu querido companheiro Luis Carlos Guedes Pinto, Deputado Reinhold Stephanes, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Nossa querida Marta Suplicy, ministra do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Governador Eduardo Campos e sua esposa, Wellington Dias, Ministros aqui presentes, Companheiros deputados, deputadas, senadores e senadoras, Convidados, Servidores e servidoras dos Ministérios da Agricultura, do Turismo e da Secretaria de Relações Institucionais, Jornalistas, Meus amigos e minhas amigas, As minhas palavras são palavras de agradecimento, porque os novos ministros irão fazer os seus pronunciamentos daqui a pouco na transmissão dos cargos. Na história do Brasil, toda vez que tem mudança de governo no período posterior às eleições, nós passamos horas, semanas e meses lendo na imprensa mudanças no Ministério. Quando tomei posse eu disse, para estranheza de muita gente, que eu não precisava mudar o Ministério porque eu tinha acabado de ganhar uma eleição. O time tinha ganho o jogo e, portanto, como fez o time do Internacional, de Porto Alegre, depois de ganhar o título Mundial de Interclubes, não precisaria trocar os jogadores, tinha acabado de ganhar o jogo. Entretanto, depois das eleições, nós começamos a estabelecer uma nova dinâmica na política nacional, na perspectiva de construir uma coalizão política. Uma coalizão que não fosse apenas o imediatismo da sustentação da governabilidade, ou uma coalizão que não fosse apenas o imediatismo da votação de um projeto de lei que pudesse interessar ao Poder Executivo. Mas uma coalizão que pudesse mostrar ao Brasil que é possível fazer política no País com ´P´ maiúsculo, e que é possível construir um país pensando nos próximos 20 anos e não apenas nos próximos quatro anos. Se pensássemos apenas nos quatro anos, nós iríamos cometer os erros históricos que no Brasil sempre foram cometidos, de você ficar trabalhando com base em construir apenas os curativos e não fazer uma definitiva cirurgia que possa curar os males do nosso País. Eu volto a repetir que se dependesse da situação do nosso País, eu não precisaria mudar nenhum ministro. Houve tempo no Brasil em que os ministros da Fazenda caíam a cada vez que a imprensa divulgava os números da inflação, parecia uma coisa maluca. E às vezes caía não apenas o ministro da Fazenda, mas caía toda a árvore que compõe o Ministério da Fazenda e às vezes caía até muito mais, caía o ministro do Planejamento. Nós não estamos nessa situação. A situação econômica do País é sólida, estamos vivendo um dos momentos históricos de maior envergadura da economia brasileira. Os economistas aqui presentes e os que certamente irão ouvir o que eu estou falando sabem que não há momento na história econômica do País em que a gente tenha tanto fatores positivos combinando entre si e totalmente combinados entre si, e que o Brasil, poucas vezes na sua história teve uma situação privilegiada como a que estamos tendo. Alguns poderiam dizer: ?É sorte, a economia mundial vai bem, portanto o governo do presidente Lula está com sorte?. Mas os mesmos que dizem que é sorte, por causa das conquistas, não diziam que era sorte quando tivemos que fazer um dos maiores apertos na economia brasileira no ano de 2003. Sabe Deus o que nós passamos em 2003, os congressistas souberam logo de início, porque o corte no Orçamento foi um corte muito pesado. E todo mundo sabe que as decisões econômicas que nós tomamos eram decisões econômicas baseadas no acúmulo de capital político que tínhamos naquele instante e tínhamos a consciência de que era preciso construir as coisas que precisavam ser construídas logo no começo do nosso governo. Eu me lembro quando o Palocci e eu decidimos aumentar o superávit primário. Nós sabíamos das críticas que íamos receber, nós sabíamos dos discursos contra a economia que iríamos ter que ouvir, mas nós tínhamos consciência de que, por mais que um pai ou uma mãe adora um filho, às vezes uma palmadinha carinhosa, ao invés de significar sofrimento, significa um processo educativo em que vamos chegar onde nós queremos. E acredito que hoje estamos vivendo um momento importante na história deste País. Não apenas por causa da divulgação do PIB, das mudanças feitas na economia brasileira. Mas um dado interessante, porque passei 20 anos da minha vida no movimento sindical, e que me deixou muito feliz, foi que ontem o Dieese divulgou que 96% dos acordos salariais feitos no Brasil foram feitos até a inflação, e que 86% dos reajustes salariais foram acima da inflação, com ganhos reais para os trabalhadores brasileiros. Essa é uma grande novidade na política nacional, porque durante 20 anos da minha vida participei dos mais importantes movimentos acontecidos no Brasil, fiz parte dos sindicalistas que fizeram as greves mais importantes na década de 70 e na década de 80. E muitas vezes quando a gente recebia de reajuste próximo da inflação, para nós já era um ganho, no momento em que, muitas vezes, o governo da época não permitia sequer que o Ministro do Trabalho se reunisse com os trabalhadores. E hoje atingimos um grau de fortalecimento da democracia e de reconhecimento das negociações coletivas que eu nem fico sabendo qual é a categoria que está negociando. O que eu desejo, na verdade, é o resultado final. Ontem, eu fiz uma reunião com todos os ministros e com todos os bancos: BNB, ou melhor, Caixa Econômica, Banco do Brasil, faltou o BNDES, porque nós não convidamos, para discutir a questão da política social que implantamos nos primeiros quatro anos e quais as políticas sociais que vamos construir para os próximos quatro anos. E eu brincava com o ministro Guido Mantega que, embora o IBGE tenha dito que caiu o investimento e mesmo assim cresceu o PIB, eu dizia para o Guido que a explicação do crescimento da economia, mesmo com o não crescimento dos investimentos, se deve à quantidade extraordinária de dinheiro colocado nas políticas sociais deste País. Eu falo, sem medo de errar, e não vou mais fazer aqui comparação, porque agora eu tenho que me comparar com o primeiro mandato, que nunca houve na história do País qualquer situação que chegasse perto do que nós conseguimos fazer nos primeiros quatro anos. É por isso que muita gente ficou atônita, porque depois do massacre que o governo sofreu as pesquisas mostravam que nós íamos ganhar eleições. É porque milhões e milhões de almas brasileiras, mulheres e homens, que recebiam o benefício diretamente na sua casa, seja na agricultura familiar, seja na política de urbanização de favelas, seja no Bolsa Família, seja nos programas para a juventude brasileira, muitas vezes não tinham sequer condições de ter acesso aos jornais ou a um jornal na televisão. Mas essas pessoas passaram a contar na política brasileira, porque em poucos momentos da história essas pessoas passaram a ser sujeitos da própria história e não mais coadjuvantes que assistiam de longe os formadores dizerem o que eles tinham que fazer, elas resolveram fazer pelas suas próprias mãos. E é assim que nós precisamos construir um país, onde um ser humano não precise ficar dependendo do outro para ter informação correta, um ser humano não precise de informação de outro para tomar a decisão em quem vai votar, em quem vai escolher para ser vereador, prefeito, deputado, governador ou presidente da República. Um país em que o valor fundamental determinado nas nossas ações cotidianas seja a conquista da democracia plena, que não é conquistada apenas pelo direito do voto, mas pelo direito ao trabalho, pelo direito a um bom salário, pelo direito de tomar café, almoçar e jantar todo dia, pelo direito de poder chegar a uma universidade, pelo direito de poder fazer um curso profissional e pelo direito de ter acesso à cultura, ao esporte, ao lazer, enfim, aquela cidadania que está na cabeça de cada um de nós e que, muitas vezes, nós conhecemos apenas do ponto de vista sociológico, mas não temos nenhuma ação do ponto de vista prático. Me dizia, um dia desses, um senador da República que já teve muitos cargos neste País e que, pela primeira vez, sendo candidato majoritário, adentrou as entranhas da periferia do Rio de Janeiro: ?Presidente Lula, eu que participei de tantos cargos no governo, que fui gente tão graduada neste País, durante tantas décadas, só vim conhecer os profundos problemas do País quando fui candidato majoritário e tive que ir à periferia do Rio de Janeiro. Aí eu vi como, tão perto do luxo de uma parcela da sociedade, em Copacabana, tinha brasileiros como eu, que quando colocavam o pé na praia, já eram suspeitos de ser bandido ou já eram suspeitos de ser uma pessoa não bem-vista naquela praia?. Isso certamente vale para todos nós. Entender que no Brasil, neste País maravilhoso, tem gente que pode e gente que não pode, tem gente que tem acesso a algumas coisas, outros que não. E o nosso papel enquanto governo não é continuar privilegiando os já privilegiados, mas tentar construir uma escada com degraus que possa garantir que aqueles que não chegaram perto dela possam subir um pouco mais. Foi assim que nós chegamos até aqui e é assim que nós pretendemos terminar o nosso mandato, no final de 2010. E por tudo isso eu sou agradecido aos companheiros que contribuíram para que nós chegássemos a isso. Um deles, a quem vou me referir primeiro, é o companheiro Walfrido dos Mares Guia. Vocês sabem que no Brasil, de vez em quando, vira moda falar determinadas coisas e a moda termina por si só, porque não havendo um desfile para que todo mundo veja e possa comprar o produto daquela moda, ela fica só na cabeça de alguns. O turismo sempre foi vendido no Brasil como a grande possibilidade de um novo mercado, a grande possibilidade de entrada de bilhões de dólares no País, a grande possibilidade de fazer com que os brasileiros conhecessem a sua pátria viajando por todo o território nacional e a grande possibilidade de gerar milhões e milhões de empregos. Entretanto, o Ministério do Turismo, na década de 40, era ligado ao Ministério da Agricultura. Depois era ligado ao Esporte, numa demonstração de que não passava de discurso. Quando eu tomei posse e resolvi anunciar que iríamos criar um Ministério do Turismo, era porque se era verdade que era importante ter o turismo como um dos pilares do desenvolvimento deste País, era necessário que a gente tivesse, então, uma política própria para o turismo. Alguém que tomasse como café o turismo, almoçasse turismo, jantasse turismo, sonhasse com turismo. E o Walfrido não apenas fez tudo isso, como fez coisas que não nos contou ainda, Eduardo Campos, porque o Walfrido é sempre aquele cidadão que junta a fome e a vontade de comer. Ele sempre faz mais do que aquilo que a gente pede, ele sempre consegue produzir mais. E eu me lembro que quando fui trazer o Walfrido para o governo, as pessoas não queriam, é bom você saber disso. Não pense que você sempre foi tão querido assim, não. ?Você vai trazer esse cidadão para o governo? Ele foi o cidadão que privatizou todas as empresas de Minas Gerais. Você vai trazer esse cidadão para o governo? Ele foi secretário de Eduardo Azeredo, foi secretário não sei de quem?. Aí eu chamei esse cidadão para conversar no dia 21 ou 22 de dezembro, era perto do Natal. Esse cidadão chega com um ?problemaço? para mim: ?Presidente, eu não posso nem pensar em aceitar, porque estou sendo acusado?. Eu falei: E você cometeu o crime de que você está sendo acusado? ?Não.? Então, prove a sua inocência assumindo o Ministério do Turismo. Eu penso que passados esses quatro anos, o Walfrido deixou um legado a este País: a mais consolidada política de turismo já colocada em prática neste País. Nunca, na história do País, e eu falo de boa cheia, nunca o País foi tão bem divulgado no exterior, nunca o País foi tão respeitado na América do Sul, na América Latina, na África, na Ásia, na Europa, na América do Norte, como foi respeitado nesses quatro anos, quando nós introduzimos a política do turismo. Obviamente que não é possível fazer tudo em quatro anos, mas o que você fez, companheiro Walfrido, no dia em que algum empresário do turismo ou o governo resolver contar a história do turismo neste País, pode ficar certo que, se quiserem fazer Justiça, você será a capa dessa publicação. Pode ficar certo. Portanto, meus agradecimentos por esses primeiros quatro anos. Aí entra para o lugar do Walfrido, nada mais, nada menos, do que a nossa companheira Marta Suplicy. Uma mulher provada na sua competência política, uma mulher provada na sua competência administrativa. Eu sempre acho o seguinte: alguém que foi prefeita de São Paulo pode ter qualquer cargo no mundo. Antes da Marta ser eleita eu fiz um sobrevôo com a Marta, de helicóptero, para conhecer a periferia de São Paulo, e confesso a vocês que voltei para casa pensando o seguinte: só um doido quer governar São Paulo. Porque obviamente o Brasil tem mais problemas do que São Paulo, mas o Brasil tem 8 milhões e meio de quilômetros quadrados, os problemas estão mais espraiados, a gente não os vê tão juntos como em São Paulo. Eu digo sempre que uma das razões pelas quais a Marta não ganhou as eleições é porque ela foi vítima de um preconceito na história deste País. Eu dizia: ela é uma traidora de classe, ela traiu a classe dela, porque ela resolveu fazer uma política para os pobres que jamais foi feita naquela cidade. O que foi feito na educação infantil em São Paulo, os CEUS que foram criados em São Paulo, foram para colocar uma criança pobre da favela numa escola igual ou melhor do que muitas que existem para a classe média em São Paulo. E isso alguns setores não perdoam nunca. Portanto, eu acho, companheira Marta, que se você trouxer para o Ministério do Turismo o entusiasmo do companheiro Walfrido e a sua competência política, e se der continuidade às coisas que aconteceram naquele Ministério, nós vamos terminar 2010 consagrando a política de turismo do nosso País. Segundo, eu não vou falar bem do Walfrido duas vezes, porque ele vai assumir aqui trocando de cargo. O Ministério da Coordenação Política teve vários companheiros, teve o companheiro José Dirceu, depois teve o companheiro Aldo, teve o companheiro Jaques Wagner, depois teve o companheiro Tarso Genro, agora, interinamente, há uma semana, está o Trevas, mas esse é um Ministério muito especial. Eu, de pronto, estou agradecendo a todos que passaram por aquela pasta, agradecendo ao Trevas, que embora tenha sido ministro interino, está lá há mais tempo do que todos nós. Todo mundo passa, ele fica. Ele é que nem a estação do trem e nós somos o trem. Mas o Trevas joga um papel excepcional na relação institucional com os prefeitos e governadores, fazendo uma espécie de anteparo ao ministro. Vocês poderiam me perguntar: ?por que o Presidente escolheu o Walfrido e não um companheiro do PT?? Porque é um ministro que vai participar da chamada reunião das nove. Que nunca é às 9 horas, é às 10, às 11 horas, mas o pessoal fala que é às 9 horas. Isso é que nem o ?Jô Onze e Meia?, nunca aparece às 11h30. As reuniões das 9 também nunca são às 9 horas. Agora, vejam que interessante, por que eu escolhi o Walfrido? Porque depois de conversar com os deputados, depois de conversar com os senadores da oposição, de direita, de esquerda, de centro, de qualquer lado que vocês queiram pensar, a unanimidade é que o Walfrido é o ministro que mais gosta de deputado e senador. Ele gosta tanto que eu vou dizer uma coisa para vocês: ele chega a tomar café com os deputados, almoça com deputados e ainda se dá ao luxo de jantar com os deputados. E, se vacilar, ela faz a sobremesa com os senadores. O orçamento dele é um orçamento pequeno, o Ministério do Turismo, eu não sei se ele te falou ontem, Marta, o orçamento do Ministério do Turismo é muito pequeno, são 300 milhões. Isso quando o Paulo Bernardo anuncia. Agora, quando chega no final do ano, o orçamento do Walfrido passou para 1 bilhão e 800 milhões. Agora, eu não sei se é ele quem gosta dos deputados ou os deputados que gostam dele, porque para conseguir esse tanto de emenda no Congresso Nacional tem que ter uma cumplicidade nessa paixão entre o Ministro e o nosso Congresso Nacional. De forma que eu quero desejar a você, Walfrido, nessa nova tarefa, o mesmo sucesso que você teve no Ministério do Turismo. Por último, o nosso companheiro Luis Carlos Guedes Pinto, ministro da Agricultura, que cede o lugar ao Reinhold Stephanes. O Guedes é um velho, velho não, um experiente militante político das causas justas deste País. Ele foi, no Ministério do Roberto Rodrigues, o homem que moralizou e recuperou a Conab para prestar serviços à agricultura brasileira. Depois ele foi secretário-executivo do Roberto Rodrigues, depois teve quase um ano de interinidade, foi nosso ministro até agora e, certamente, o ministro Reinhold terá o prazer de ver o que foi produzido desde o tempo do Roberto até o dia de ontem para dar uma nova estrutura de funcionamento ao Ministério da Agricultura, para criar condições para que não fiquemos, a cada seca ou a cada chuva, tendo isso como se fosse uma verdadeira guerra. O ajuste administrativo para fazer com que o Ministério funcione como uma máquina bem azeitada está pronto. Portanto, o ministro Reinhold Stephanes terá 10% dos problemas que eles tiveram para tornar o Ministério governável e não permitir que o Ministério atenda apenas àqueles que gritam mais, porque milhões de agricultores neste País, que não podem vir a Brasília ou que não estão na Câmara, não podem nem gritar. E, certamente, esses são a maioria. E nós temos que legislar e governar para todos eles. Eu quero agradecer ao companheiro Guedes. Certamente, o Guedes marcou sua passagem pelo Ministério e, certamente, continuará marcando sua passagem em outras funções públicas, porque é isso que ele aprendeu a fazer a vida toda. Muito obrigado, companheiro Guedes. Ao ministro Reinhold Stephanes, é sempre importante a gente dizer as coisas como elas são, e eu me lembro que o presidente do PMDB, o Michel Temer, me trouxe uma lista com vários nomes. Chegaram a sete nomes. E a razão pela qual eu escolhi o ministro Reinhold Stephanes foi pela sua carreira política. Já me disseram: ?mas ele foi da Arena, ele foi do PDS, foi não sei das quantas?. Eu não faço política olhando apenas o que as pessoas foram ontem, eu faço política olhando o que as pessoas vão ser amanhã, depois de amanhã. E mesmo analisando o ontem, isso o Guedes me dizia ontem, e todas as pessoas com quem eu conversei me disseram, que a sua passagem por todos os cargos públicos brasileiros foi uma passagem da maior respeitabilidade, da maior competência administrativa, porque me parece que você encarnou, desde muito cedo, o espírito público para que pudesse nortear a sua carreira política. É com esse acúmulo de conhecimento que o deputado Reinhold Stephanes adquiriu, com a experiência de trabalhar como secretário de planejamento do governador Requião, e eu disse a ele ontem, ao Michel Temer, o Reinhold Stephanes é, no mínimo, um privilegiado. Porque eu liguei para o Requião e o Requião fez tantos elogios a ele que eu falei: algo está errado, porque quem conhece o nosso companheiro Requião sabe que são poucos os brasileiros merecedores dos seus elogios. Portanto, meu caro deputado Reinhold Stephanes, ministro da Agricultura, eu quero desejar a você toda a sorte do mundo, quero que você consiga, nós estamos trabalhando fortemente para consolidar o seguro agrícola, torná-lo vigoroso, para que o José Múcio nunca mais venha me pedir para criar o seguro agrícola, ou seja, vamos deixá-lo pronto para que a gente possa não ficar correndo atrás das coisas que acontecem e que não dependem do governo. Nós passamos dois anos de crise profunda na agricultura, secas enormes. E quando tem seca, o culpado é o governo. Agora, quando chove, que a lavoura está boa, ninguém faz manifestação em favor da chuva ou defendendo o governo. Mas se chover demais, nós somos os culpados; se chove bem, é obra de Deus; se chove demais, é obra do governo; e se seca demais, é obra do governo. Eu acho que é para enfrentar esses debates que precisamos criar condições estruturais para que as pessoas saibam onde ir sem, obviamente, querer impedir o debate político, que é tão rico no nosso País. Aos companheiros que saem, meus agradecimentos. Aos companheiros que entram toda a sorte do mundo para vocês. Saibam que eu estarei no pé de vocês cobrando, a cada dia, para que façam mais e melhor do que aqueles que saíram. Muito obrigado

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