Uma lei francesa vigente até julho de 2000 permitia que empresas pagassem comissões a funcionários públicos estrangeiros como benefício para a conquista de contratos. A legislação previa até dedução do Imposto de Renda. Em 1997, a Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), sugeriu que os países que a integram eliminassem essa prática. Três anos depois, a França tornou ilegal o pagamento de suborno a autoridades estrangeiras. Depois disso, a Alstom passou a debater o assunto. "Soube que houve uma discussão interna. Não sei como o tema acabou. Ouvi apenas de outras pessoas", relatou o ex-executivo da empresa Hans Peter Forster. Ele evitou falar dos contratos brasileiros, mas confirmou a versão de outros funcionários que destacaram que os pagamentos dos gastos no Brasil eram feitos pelo próprio escritório da empresa em São Paulo. "Recebíamos tudo já concluído."