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Laudo preliminar descarta que grampo partiu do Senado

Por Rosa Costa
Atualização:

Não há violação na central telefônica do Senado e nem indícios de escuta ambiental nas dependências da Casa. É o que afirma o laudo preliminar entregue hoje pela Polícia Legislativa ao presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) e que só amanhã, após reunião da Mesa Diretora, será conhecido na íntegra. De acordo com o diretor da polícia legislativa do Senado, Pedro Araújo, chegou-se a esta conclusão por meio da varredura nos gabinetes dos senadores supostamente grampeados e pelas perícias técnicas realizadas nos equipamentos da central telefônica. Ele explicou que a avaliação é preliminar porque aponta apenas o resultado do trabalho interno e não o da Polícia Federal, igualmente encarregada de checar a origem do grampo que flagrou a conversa do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). "Os indícios apontam que o grampo foi feito fora do Senado", informou Araújo. Além do gabinete de Demóstenes, houve varredura nos gabinetes de Garibaldi e dos senadores Tião Viana (PT-AC) e os tucanos Álvaro Dias (PR), Arthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE). Araújo disse que não se surpreendeu com o resultado. "A central telefônica do Senado é muito moderna e, para grampeá-la, seria necessário um aparato enorme de pessoas e equipamentos", justificou. Ele negou informação publicada na imprensa de que todas as ligações realizadas na Casa são gravadas. Explicou que isso só ocorre com o serviço 0800 - de pesquisa e de comunicação com o público. Mas nem sempre foi assim. Os servidores mais antigos contam que a antiga central telefônica do Senado foi trocada há cerca de 15 anos, depois da prisão do então servidor José Carlos Alves. Investigado pela CPI dos Orçamento, ele também foi preso pelo assassinato de sua mulher. Sua participação como mandante chegou à Polícia Civil graças ao grampo colocado em seu gabinete, que o interceptou conversando com os executores do crime.

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