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Laudo complica situação de Calazans

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma perícia da Unicamp confirmou que é autêntica a gravação em que o deputado estadual Alessandro Calazans (em processo de expulsão do PV) supostamente conversa com um emissário do empresário de jogos Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, sobre pagamento de propina envolvendo a CPI da Loterj. O laudo da universidade, encaminhado ontem ao corregedor da Assembléia Legislativa, Leandro Sampaio (PMDB), afirma que uma das vozes é do parlamentar e aparece em uma fita seqüencial, sem edição. O resultado complicou ainda mais a situação de Calazans, cujo processo de cassação poderá começar semana que vem. "O laudo confirma a voz é do deputado Calazans", disse Sampaio, após se reunir por mais de duas horas com deputados da Corregedoria e da comissão criada pela Mesa Diretora para acompanhar o caso. "Confirma a autenticidade da gravação." O corregedor não divulgou a degravação, que lhe foi mandada por fax pela equipe do perito Ricardo Molina. Sampaio revelou ainda que a fita registrou vários ruídos, como o de uma televisão ligada supostamente para abafar a conversa. O deputado foi procurado ontem em seu gabinete, mas não quis dar entrevista. Hoje, Calazans recebe cópia do laudo, para elaborar a sua defesa. Na segunda-feira, prestará depoimento. No mesmo dia, segundo Sampaio, a Corregedoria e a comissão elaborarão o seu relatório, que será votado pela Mesa Diretora no dia seguinte. Se entender que cabe processo por quebra de decoro, a Mesa enviará o material para a Comissão de Constituição e Justiça, onde será aberto processo. O relatório da CCJ, depois de aprovado, vai para o plenário da Casa, onde uma eventual punição - a máxima é a perda de mandato - será votada. Calazans evitará a cassação se, antes do processo, renunciar.

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