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Lacerda e Virgílio batem boca sobre grampo no Senado

Atrito começou quando diretor afastado defendia a Abin e negava veementemente que grampos pelo órgão

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Por Vannildo Mendes
Atualização:

O diretor-geral afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), delegado Paulo Lacerda, que está prestando depoimentos sobre "grampos" telefônicos aos parlamentares da Comissão Mista de Controle de Órgãos de Inteligência, teve um bate-boca com o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). O atrito começou quando Lacerda defendia a Abin e negava veementemente que essa instituição tivesse participado da realização de interceptações e gravações clandestinas de conversas de autoridades.   Veja Também: ESPECIAL:entenda o escândalo dos grampos Lacerda e Virgílio batem boca sobre grampo no Senado Lula manda investigar compra de 'maleta de grampo' na Abin Em uma referência à declaração do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que a Abin teria comprado no Exterior um equipamento conhecido como maleta de dupla face, que serve ao mesmo tempo para fazer varredura contra "grampos" telefônicos e para gravar conversas, Lacerda afirmou que a Agência não possui aparelhos capazes de realizar gravações clandestinas, e sim equipamentos destinados justamente a impedir ações invasivas. À veemência da negativa de Lacerda seguiu-se uma intervenção irônica do senador Virgílio, que lhe perguntou se o ministro Jobim havia mentido. Lacerda, irritado, reagiu: "Vá perguntar ao Jobim", declarou. O senador do PSDB, sentindo-se ofendido, retrucou: "Me respeite, que eu não sou seu preso e não estou no pau-de-arara". Houve intervenções apaziguadoras de outros senadores. O senador Romeu Tuma (DEM-SP) sugeriu à comissão fazer uma diligência utilizando um perito próprio, para saber quem tem razão e averiguar se as maletas da Abin fazem ou não escuta telefônica. Segundo Lacerda, a Abin jamais realizou atividades ilegais e colaborou com as investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, atendendo a uma solicitação do delegado federal Protógenes Queiroz, mas, em momento algum realizou qualquer atividade para as quais não tivesse respaldo. Lacerda disse ainda que nem a Abin nem seus servidores legalmente cedidos à PF - a título de cooperação - fizeram escutas ilegais. A sessão da comissão mista está na sua primeira fase, aberta à imprensa. Assim que terminar essa primeira parte, a sessão passará a ser secreta.

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