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Kika deixou a estrada, mas só pegou malária

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Por Redação
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No auge da corrida em Serra Pelada, de 1980 a 1983, as mulheres foram proibidas de entrar no garimpo pelo Exército. A história agora é diferente no Bom Jesus. Francisca de Carvalho, a Kika, de 36 anos, já é considerada uma das principais lideranças de uma comunidade de 2 mil pessoas, a maioria homens sem família. Ela é uma das tantas mulheres que abandonaram postos de gasolina, hotéis e cabarés da BR-163 com a queda de movimento das madeireiras clandestinas na região. No jogo de poder do garimpo, Kika mantém uma relação fraternal com Cabeludinho e incentiva rebeliões contra Valmir Climaco, o dono das máquinas. "Fui uma das primeiras a chegar aqui", conta Kika. "É um absurdo. A gente acha o filão e o ouro fica para ele (Climaco)." Diz também que nada obteve no garimpo. "Até agora só consegui malária. Foram 13 em 3 meses", exagera. Kika é desafeta também de Vanda, a dona do único restaurante e mercearia que funciona dentro do garimpo. A líder garimpeira afirma que Vanda, ligada a Climaco, cobra preços absurdos pela comida. O garimpeiro Alex Rodrigues reforça a crítica de Kika. "Nestes dois meses, eu consegui tirar 12 gramas de ouro. Só deu para pagar a lanchonete da dona Vanda, que cobra um absurdo."

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