PUBLICIDADE

PSD passa a apoiar impeachment com 30 votos

O governo, que acredita ter 11 votos na bancada, ainda tenta segurar o partido; mesmo após o anúncio, um dos negociadores do Planalto no Congresso informou que a oferta do Ministério do Turismo ainda está de pé

Por Daniel Carvalho e Erich Decat
Atualização:

BRASÍLIA - O PSD anunciou na noite desta quarta-feira, 13, que apoiará o impeachment da presidente Dilma Rousseff na votação de domingo, 17. Dos agora 38 deputados do partido, 30 são favoráveis ao impedimento da petista. Apesar da movimentação da bancada, o ministro Gilberto Kassab (Cidades) ainda não informou se entregará o cargo.

O governo, que acredita ter 11 votos na bancada, ainda tenta segurar o partido. Mesmo após o anúncio do PSD, um dos negociadores do Planalto no Congresso informou que a oferta do Ministério do Turismo ainda está de pé.

Rogério Rosso (PSD-DF) Foto: Dida Sampaio/Estadão

PUBLICIDADE

O PSD já havia liberado seus deputados para votar como quisessem. No entanto, a maioria da bancada cobrou uma posição definida da legenda. "Mudamos de liberado para favorável, mas respeitando a posição dos deputados divergentes", disse o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), que afirmou que os dissidentes não serão punidos.

Os parlamentares da legenda entenderam que era preciso que o partido tivesse posição clara, principalmente em função das eleições municipais que ocorrem em outubro. Presidente licenciado do PSD, Gilberto Kassab participou de parte da reunião com os deputados pela manhã. "O ministro Kassab deixou claro que a bancada é soberana. O ministro Kassab tem a característica de que sempre respeitou a posição da bancada", afirmou Rosso. 

Kassab. Mais cedo, após participar de reunião com deputados do PSD na Câmara, o ministro das Cidades e criador da legenda, Gilberto Kassab, foi ao Palácio do Planalto comunicar à presidente Dilma Rousseff sobre a decisão da maioria da bancada a favor do impeachment.

Kassab já havia informado há cerca de um mês aos integrantes da cúpula do governo que iria liberar a bancada dos deputados para votarem de acordo com "a consciência" de cada um no processo de afastamento da petista.

Antes de se encontrar com Dilma, o ministro ouviu os parlamentares que cobraram uma posição oficial do partido no dia da votação, prevista para ocorrer no próximo domingo, 17. Na ocasião, Kassab disse que não tomaria partido, mais que a decisão da maioria seria respeitada.

Publicidade

Segundo integrantes da cúpula do PSD ouvidos pela reportagem, apesar do sentimento de que o processo de impeachment deverá ser aprovado, ainda não se iniciaram conversas com o vice-presidente, Michel Temer, sobre uma possível composição num novo governo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.