Kassab defende projeto de restrição a novos partidos

PUBLICIDADE

Por Eduardo Bresciani
Atualização:

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que o projeto em tramitação no Congresso para impedir que novos partidos tenham direito a fundo partidário e tempo de televisão proporcional ao tamanho de suas bancadas é para evitar "aventureiros". Ele negou que a ex-candidata a presidente Marina Silva, que tenta fundar uma legenda, seja um dos alvos do projeto. O PSD foi criado em 2011 e conseguiu os direitos que agora se pretende negar a outros. Deputados tentaram na quarta-feira (10) aprovar urgência para o tema, mas não tiveram sucesso."Essa brecha (de criação de partidos) é para ser utilizada por partidos sérios, essa brecha não pode ficar a disposição de aventureiros, de um grupo de pessoas que nós sabemos que só quer vender tempo de rádio e TV", afirmou Kassab após uma reunião da executiva nacional do PSD. Ele fez questão de ressaltar que não inclui Marina entre os que merecem ser combatidos. "Marina é uma pessoa séria. Eu assinei em apoiamento ao partido dela e estou ajudando. Para ela não faz diferença porque ter 5 ou 10 deputados não mudará muito o tempo de TV dela numa eleição presidencial", disse. Kassab afirmou que acredita na aprovação do projeto pela grande maioria do Congresso.O líder do PSD na Câmara, Eduardo Sciarra (PR), destacou que na época da criação de seu partido não havia garantia sobre o acesso a tempo de TV e fundo partidário. "Nós não fomos criados nessa expectativa, nosso grupo tinha força para disputar eleição e musculatura para sobreviver. O PSD não foi criado de forma oportunista", disse. "Temos mais de 30 partidos sendo criados e isso vai se desvirtuando por completo. O PSD não é contra a criação de partidos, mas quer regras para evitar mercantilização", complementou.ApoioNa reunião da executiva do PSD, mais três diretórios regionais, DF, PB e SE, anunciaram apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Até agora, nove diretórios foram ouvidos e todos se posicionaram na mesma direção. Kassab reafirmou que esta é também sua posição, mas que será feito todo o processo de consultas antes de o partido anunciar sua posição.Ele reiterou que o PSD não vai integrar oficialmente o governo Dilma, mas fez elogios a um possível convite da presidente ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, para ocupar o ministério de Micro e Pequenas Empresas. "Se a presidente convidar o Afif, ela estará de parabéns. Ele é um grande quadro e conhece muito dessa questão de micros e pequenas empresas", afirmou Kassab. A expectativa entre os integrantes do PSD é que o convite a Afif seja feito neste mês de abril.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.