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Kassab cria agenda positiva rumo a 2012

Desgastado pelas articulações para criar o PSD, prefeito vai abrir o cofre municipal e lançar medidas de impacto, como fez na campanha de 2008

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Por Redação
Atualização:

Orientado por pesquisas de opinião pública, o prefeito paulistano Gilberto Kassab criou uma agenda positiva de governo, principal aposta para recuperar a popularidade na capital paulista, desgastada pela tentativa de viabilizar o seu novo partido, o PSD.

 

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No último mês, Kassab lançou iniciativas de repercussão, algumas com impacto direto no bolso do eleitor. Com R$ 7,1 bilhões em caixa, pretende promover tradicionais investimentos de ano eleitoral, como recapeamento e plantio de flores. Para a oposição e entidade de acompanhamento das gestões municipais, trata-se de maquiagem eleitoral.

 

Kassab afirmou na quarta-feira, 31, que quer diminuir a taxa de inspeção veicular, de R$ 61,98 para R$ 49,30, conforme revelou na terça-feira, 30, o Estado. Disse ser "justo" o valor de R$ 49,30. Em janeiro, no entanto, o valor foi reajustado de R$ 56,44 para os R$ 61,98. O prefeito quer viabilizar neste ano projeto do PT que cria bolsa de R$ 272 a 147 mil famílias sem vaga em creche da rede pública.

 

Nesta semana, ainda na esteira das ações positivas, acatou recomendação de aliados e vetou a criação do Dia do Orgulho Hétero e surfou na ação da Corregedoria Municipal que descobriu fraudes de R$ 50 milhões promovidas por construtoras.

 

Para emplacar seu candidato em 2012 - a aposta é o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge -, Kassab tem de melhorar a avaliação do governo. Pesquisas internas apontam um terço de bom e ótimo e um quarto de ruim e péssimo. E o eleitor que o elegeu - paulistano do centro expandido da cidade e, no geral, antipetista - mostra má vontade. Avalia que o prefeito trocou a capital pela política.

 

As ações de "ordenamento" buscam esse eleitorado. O projeto de maior interesse do governo na Câmara Municipal é o do mobiliário urbano, que concede a empresas a exploração publicitária em pontos de ônibus e relógios em troca de reformas.

 

O prefeito reedita a estratégia vitoriosa de 2008. Desconhecido do eleitor, mas com dinheiro em caixa, apostou em ações de impacto e reverteu a popularidade derrubada pelas enchentes.

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"Kassab não cumpriu suas promessas e, agora, vai tentar maquiar a cidade e enganar o eleitor paulistano", diz o presidente municipal do PT, Antonio Donato.

 

Levantamento do Movimento Nossa São Paulo com base em dados oficiais mostra que, das 223 metas propostas para a cidade até 2012, só 35 foram cumpridas. "Há uma corrida para acelerar projetos e anunciar medidas que não são prioridade", avalia o coordenador executivo da ONG, Maurício Broinizi.

 

Para o vereador tucano Floriano Pesaro, "o tempo joga contra eventual uso eleitoral dos projetos". "Não dá tempo para isso."

 

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