Kassab admite ajuste, mas sem mexer na área social

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Por Roberto Almeida
Atualização:

Apesar de já ter cortado 10% da proposta orçamentária para 2009 em razão da crise financeira mundial, a Prefeitura de São Paulo e vereadores que analisam os números admitem que há a possibilidade de ainda mais contingenciamento para o ano que vem. O valor, de R$ 29 bilhões, pode não ser totalmente executado caso haja queda nas receitas. O secretário municipal de Planejamento, Manuelito Pereira Magalhães Jr., garante que não mexe com a "parte social", composta por educação, saúde, habitação, assistência social, esporte e trabalho. Para esse setor, está reservada a maior fatia do Orçamento: R$ 15,5 bilhões. Caso ocorra, o contingenciamento deve ficar restrito aos demais setores de despesa: meio ambiente, cidadania e infra-estrutura. Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento, não está descartada a hipótese de redução de gastos no metrô, bandeira de campanha do prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM). Uma decisão nesse sentido, porém, só no ano que vem. Kassab não fala abertamente de corte de gastos, diz apenas que a prefeitura "está atenta" às variações de humor do cenário mundial. "Se identificarmos quedas nas receitas, vamos atuar em relação às despesas", afirma. "Não podemos quebrar a cidade." Na Câmara Municipal, onde a proposta orçamentária passa por audiências públicas, a expectativa é de que não ocorram cortes significativos. Contudo, Wadih Mutran (PP), presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Casa, já fala em gastos prioritários e defende diálogo entre o Executivo e Legislativo. "Temos de ver as prioridades: educação, saúde e habitação. Até agora não se fala em recessão, mas está se falando alguma coisa sobre redução dos gastos", ressaltou Mutran. "Tudo está nas mãos do relator." O relator do Orçamento é Milton Leite (DEM). Para ele, o corte inicial de 10% na proposta já seria suficiente para não afogar a cidade na crise: "Eu perguntei ao secretário do Planejamento em audiência pública qual seria o corte de gastos. Ele ressaltou apenas os 10%."

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