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Justiça nega pedido de Lins para anular cassação

Defesa alega que um dos deputados presentes à sessão estava com direitos parlamentares suspensos

Por Talita Figueiredo
Atualização:

O desembargador Paulo Leite Ventura, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, negou ontem pedido de liminar do ex-deputado estadual e ex-chefe da Polícia Civil do Rio Álvaro Lins, que pediu anteontem a anulação de sua cassação, votada no último dia 12 no plenário da Assembléia Legislativa do Rio. O delegado, foragido desde a semana passada, apresentou-se na noite de terça-feira à Polinter (Polícia Interestadual - Divisão de Capturas), na zona norte. Ele está no presídio Bangu 8, na zona oeste. Lins entrou, por meio de seu advogado Ubiratan Guedes, com mandado de segurança na tentativa de anular o voto do deputado Nilton Salomão (favorável à sua cassação), porque o parlamentar não poderia ter participado da sessão, uma vez que estava com seus direitos parlamentares suspensos. O desembargador indeferiu a liminar e solicitou novas informações à Assembléia. Ontem, Guedes entrou com agravo interno no Tribunal Regional Federal da 2ª Região pedindo que a juíza convocada Márcia Helena Nunes reconsidere o decreto de prisão de seu cliente, pedido pela Procuradoria da República dois dias depois de ele perder a imunidade parlamentar. O delegado foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob acusações de formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e facilitação de contrabando e foi preso no fim de maio, na Operação Segurança Pública S.A., da Polícia Federal. Em menos de 24 horas, teve a prisão revogada por decisão de seus colegas na Assembléia (40 votos a 15), que consideraram a prisão "ilegal". PRESOS Já na terça, Lins chegou a Bangu 8, como é mais conhecida a Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira. Na unidade, já estão presos o deputado estadual Natalino Guimarães (sem partido) e seu irmão, o vereador Jerônimo Guimarães (PMDB) - ambos acusados de chefiar milícia da zona oeste -, além do ex-chefe de Polícia Civil Ricardo Hallak, do ex-banqueiro Salvatore Cacciola e do inspetor da Polícia Civil Odnei Fernando da Silva (acusado de comandar a milícia que torturou jornalistas de O Dia).

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