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Justiça mantém ordem de despejo de sem-terra em Alambari

Por Agencia Estado
Atualização:

A Justiça manteve nesta sexta-feira a ordem de despejo das 400 famílias de sem-terra que desde o dia 1º deste mês ocupam a Fazenda Santa Isabel, em Alambari, na região de Sorocaba, cem quilômetros a oeste de São Paulo. A reintegração de posse foi dada na última quarta-feira pelo juiz Ronnie Herbert Barros Soares, de Itapetininga, e até esta sexta-feira não tinha sido executada. Advogados do Movimento dos Sem-Terra (MST) estiveram no Fórum para pedir ao juiz o adiamento do despejo, mas não tiveram êxito. O juiz poderia rever a decisão somente se houvesse um pedido dos autores da ação, os fazendeiros Adriano Guitte e Antonio Guitte Neto. Os coordenadores do acampamento chegaram a divulgar um acerto com os proprietários para a desocupação pacífica da fazenda no prazo de uma semana, pois haveria interesse deles em negociar as terras com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O advogado dos fazendeiros, Rodrigo Bley, negou o acordo. "Não houve, nem há interesse em negociar a fazenda. Esperamos que a liminar seja cumprida rapidamente." No dia anterior, representantes do Incra e do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) já haviam tentado adiar o despejo. A retirada dos sem-terra depende só da Polícia Militar. Segundo o capitão Raul Galindo dos Santos, comandante do destacamento de Alambari, a operação ficará a cargo do comando regional da PM. Em razão do grande número de sem-terra no acampamento, cerca de mil pessoas incluindo crianças, serão mobilizados os batalhões de choque de Itapetininga, Sorocaba e São Paulo. O despejo deve ocorrer, no máximo, até o início da próxima semana. "Se houver demora, vamos pedir explicações à Polícia Militar", disse Bley.

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