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Justiça liberta Ricardo Tosto, preso por desvio no BNDES

Advogado de Paulo Maluf é apontado como integrante da organização que desviava recursos do banco

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Por Rodrigo Pereira
Atualização:

O juiz federal Hélio Egydio de Matos Nogueira concedeu no início da tarde deste sábado, 26, a revogação da prisão temporária do advogado Ricardo Tosto, um dos alvos da Operação Santa Tereza, deflagrada na última quinta-feira pela Polícia Federal. Tosto ficou conhecido por ser advogado do ex-prefeito e deputado federal Paulo Maluf (PP-SP). Veja Também: 'Não me preocupei com prisão de advogado de Maluf', diz Lula PF investiga prostituição e encontra fraude no BNDES Especial: as ações da Polícia Federal no governo Lula Apontado pelos federais como um dos integrantes da organização formada para desviar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Tosto conseguiu o pedido de revogação do próprio delegado que preside o inquérito, Rodrigo Levin. Tosto assumiu há 5 meses uma cadeira no Conselho de Administração do BNDES, indicado pela Força Sindical. No cargo, ele substituiu outro preso na operação, João Pedro de Moura, que é amigo pessoal e ex-assessor do deputado Paulinho da Força (PDT-SP). Segundo as investigações, era um grupo do PDT com influência na cúpula do BNDES que conseguia a aprovação de projetos no banco em troca de dinheiro. Para a defesa de Tosto, a atitude do delegado sinalizaria a inocência do advogado. Levin nega. "Faz parte da estratégia processual. Hoje (sexta) ouvimos o Tosto e o gerente do prostíbulo. Amanhã (sábado) devemos ouvir mais dois e terminado o interrogatório também receberão meu pedido de revogação da temporária", explicou. "Não quer dizer que tenham colaborado. Pelo contrário", ressaltou o delegado. Tosto foi ouvido das 17 horas às 21 horas da sexta-feira e negou conhecer a maior parte dos envolvidos no esquema. Operação Santa Tereza A Operação Santa Tereza já prendeu 10 empresários, advogados e servidores públicos que estariam envolvidos em um esquema de desvio de verbas do BNDES. Dois financiamentos sob suspeita foram autorizados e liberados no início do ano - um no valor de R$ 130 milhões, outro de R$ 220 milhões. O dinheiro que teria sido repassado para a Prefeitura de Praia Grande (SP) e para o caixa de uma loja de rede varejista. A maioria dos alvos da operação teria ligações com a Força Sindical, mas a PF descartou a hipótese de motivação política na investigação. A PF vasculhou 18 endereços de suspeitos e recolheu cerca de R$ 1 milhão em dinheiro, carros de luxo, documentos. Na casa de um deles foram recolhidos US$ 220 mil. As buscas e as prisões, em caráter temporário por 5 dias, foram ordenadas pela 2ª Vara Federal. Segundo a PF, 4% do montante financiado pelo BNDES era desviado para divisão entre os integrantes da suposta organização criminosa. Pelo menos 200 projetos com dinheiro público, sob análise dos federais, estariam no ponto para ser aprovados. Eles se referem a contratos de obras de prefeituras dos Estados de São Paulo, Rio, Paraíba e Rio Grande do Norte. Texto atualizado às 18h16

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