Justiça italiana nega novo recurso de Pizzolato

Com a decisão, o diretor do Banco do Brasil, condenado no Brasil por envolvimento no mensalão, deverá permanecer preso até pelo menos dia 5

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Por Wilson Tosta e Jamil Chade
Atualização:

Rio e Genebra - A Corte de Cassação de Roma rejeitou nesta quarta-feira, 21, recurso da defesa do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que mais uma vez tentou tirar seu cliente da prisão de Modena, na Itália, para que ele aguarde em liberdade uma decisão sobre uma eventual extradição ao Brasil. Com isso, Pizzolato, condenado no processo do mensalão, ficará preso pelo menos até audiência em 5 de junho.

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A Corte de Cassação da Itália realizou uma audiência em Roma nesta terça sobre a manutenção na prisão do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, foragido desde novembro de 2013 na Itália.

Antes da decisão, os advogados de Pizzolato consideram que não existe risco de fuga de seu cliente e indicaram que estão dispostos até mesmo que ele permaneça em prisão domiciliar, com o controle de um bracelete.

Essa foi a posição que Pizzolato já tinha adotado em um primeiro julgamento, em fevereiro, no Tribunal de Bolonha. Mas, naquela ocasião, a Justiça apontou que existia o risco de fuga e, para completar, o Tribunal não tinha naquele momento braceletes à disposição.

O recurso apresentado pelos advogados fez com que o caso fosse enviado para a Roma. Na hipóteses de uma decisão favorável à soltura de Pizzolato, porém, advogados envolvidos no caso explicaram ao Estado que isso não significaria que ele seria solto no mesmo momento da sentença. O caso voltaria para Bolonha que, então, decretaria a liberdade do condenado pelo caso do mensalão.

Para tentar evitar a extradição ao Brasil, os advogados ainda vão insistir na tese de que as condições das prisões brasileiras não atendem aos princípios básicos de direitos humanos.

O Estado revelou com exclusividade que o Ministério Público da Itália já deu seu parecer favorável à extradição e que considera que a situação das prisões no Brasil não é motivo para não devolver o condenado ao Brasil. No dia 5 de outubro, a Justiça italiana realiza sua primeira audiência sobre a extradição.

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