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Justiça do MA manda investigar imóvel usado pela PF

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois oficiais de Justiça, escoltados por soldados da Polícia Militar do Maranhão, foram, nesta quarta-feira, a uma casa onde funciona o Serviço de Inteligência da Polícia Federal na capital maranhense. Munidos de um mandado de busca e apreensão, expedido pela juíza Francisca Galiza, da Vara de Família da Justiça do Maranhão que estava de plantão, eles tinham como missão revistar a casa em busca de armas e qualquer outro tipo de equipamento ou indício relacionado a práticas criminosas. Ao chegar ao local, os oficiais de Justiça foram recebidos por agentes da PF que, imediatamente, chamaram o superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Augusto Serra Pinto. Diante das explicações de Serra Pinto, os oficiais de Justiça desistiram de cumprir o mandado. No início da noite desta quarta-feira, o superintendente afirmou ainda não saber quem teria sido o autor do pedido de busca e apreensão na casa, que tem dois andares e está localizada no bairro CohajapII, distante cerca de 12 quilômetros do centro de São Luís. O superintendente disse, no entanto, estranhar a presença de jornalistas e equipes de TV durante a operação. Segundo ele, um carro da TV Mirante, de propriedade da família da governadora do Estado, Roseana Sarney, teria sido visto pela manhã nas imediações da casa, além de policiais militares à paisana. Serra Pinto disse que a PF não costuma levar a imprensa para testemunhar operações de busca e apreensão. "Não faço isso porque expõe a riscos", alegou. Ele disse que a juíza que concedeu o mandado não tinha a informação de que ali funcionava uma unidade do Serviço de Inteligência da PF pois, se este fosse o caso, saberia que não tinha sequer competência para expedir mandado. O superintendente informou que a PF aluga casas para seu serviço de inteligência no Maranhão há cerca de cinco anos, por não ter espaço físico em suas próprias dependências. Atualmente, segundo ele, a sede da Superintendência da PF funciona num prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Serra Pinto disse ainda que, na casa, são realizadas operações contra tráfico de drogas, crime organizado, assalto a bancos e investigações sobre o caso de meninos emasculados no Maranhão. Ele negou que tenha sido feito qualquer tipo de escuta telefônica contra a governadora Roseana Sarney. A assessoria de imprensa do governo maranhense informou, no início da noite desta quarta-feira, que a governadora Roseana Sarney desconhecia a ação dos policiais que escoltaram os oficiais de Justiça. Segundo a assessoria, vizinhos da casa teriam feito denúncias à polícia sobre movimentação no local. A própria juíza Francisca Galiza alega, no mandado, que vizinhos teriam denunciado a suspeita de atividade ilícita na residência e que o mandado de busca tinha como objetivo apreender armas e verificar a existência de atividades criminosas no local. "O que a gente estranhou foi o forte aparato policial", disse o superintendente da PF no Maranhão, referindo-se a integrantes do Grupo de Operações Especiais da PM maranhense que acompanharam os policiais. Desde o fim da tarde desta quarta-feira, ele manteve a sede da PF em Brasília informada dos acontecimentos. Ele negou que fosse feita escuta clandestina na casa, afirmando que lá se realizam operações de inteligência. Segundo ele, há, na casa, movimento intenso de policiais entrando e saindo armados. "Não é nada escondido", disse. Ele, no entanto, não quis apresentar à imprensa documentos que provariam que o local de fato está alugado para a PF. Esses documentos ele apresentou aos oficiais de Justiça.

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