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Justiça condena mais três pessoas pelo assassinato de Celso Daniel

Ao proferir a sentença, juiz afirmou que não cabe a ele definir se houve motivação política no crime

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Por Ricardo Chapola
Atualização:

Atualizado à 00h10

 

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SÃO PAULO - A Justiça condenou no final da noite desta quinta-feira, 10, os réus Ivan Rodrigues da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e José Edison da Silva pelo assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002. Ivan foi condenado a uma pena de 24 anos de prisão, Rodolfo, a 18 anos, e José Edson a 20 anos.

 

O julgamento teve início às 11 horas no Fórum de Itapecerica da Serra (SP). Os três foram formalmente denunciados pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado.

 

O promotor de Justiça Marcio Friggi de Carvalho comentou a sentença ao final do julgamento, "os jurados encamparam o nosso trabalho. Até agora, a Justiça vem chancelando a tese do Ministério Público". Ele disse ainda que o MP irá continuar com as investigações. "Acredito que existam outros envolvidos, que serão identificados e responsabilizados", finalizou.

 

Os advogados de Ivan Rodrigues da Silva e José Edilson da Silva afirmaram que não irão recorrer da decisão. O advogado de Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira disse que irá reavaliar os autos para decidir se recorrerá.

 

A polícia concluiu que Daniel foi vítima de "crime comum". Mas o Ministério Público sustentou a tese do "crime político", o então prefeito foi sequestrado e morto porque decidiu dar fim a um esquema de corrupção em sua própria administração. Para a promotoria, parte do dinheiro desviado de contratos fraudulentos na gestão Daniel abastecia caixa 2 de campanhas eleitorais do PT.

 

Ao proferir a sentença, o juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov afirmou que não cabia a ele definir se o crime fora cometido por motivos políticos ou não e que não entraria nesse mérito. "Seria até antiético da minha parte deliberar a respeito disso. Ao juiz cabe apenas calcular a pena", afirmou.

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O irmão de Celso Daniel, Bruno Daniel, presente ao julgamento, também se manifestou sobre o resultado. "Valeu a pena lutar e esperar por 10 anos. Tenho paciência para esperar por muitos anos mais", desabafou.

 

O mentor e mandante do assassinato, segundo o Ministério Público, teria sido o empresário Sérgio Gomes, o Sombra, que nega envolvimento.

 

Em sua defesa, os três réus disseram ter sido torturados por policiais e também citaram o nome do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado do PT, que os teria ameaçado.

 

Em 2010, o primeiro acusado levado a júri, Marcos Roberto Bispo, usou da mesma estratégia ao atribuir maus-tratos a Greenhalgh. Os jurados condenaram Bispo a 18 anos de prisão.

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