O procurador da República Rodrigo de Grandis afirmou nesta quarta-feira, 8, que, no curso das investigações da Operação Satiagraha, a Polícia Federal encontrou indícios de empréstimos ilegais feitos entre diretores e empresas do Grupo Opportunity. A prática é vedada pelo artigo 17 da Lei 7.492/86, referente aos crimes contra o sistema financeiro nacional e mais conhecida como Lei do Colarinho Branco. Esse tipo de operação poderia ter como objetivo ocultar a origem dos recursos que geraram a movimentação financeira.
A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede do banco Opportunity no Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo . De acordo com os agentes, a ação policial seria um desdobramento da Operação Satiagraha.
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A Polícia Federal pediu os documentos referentes a essas transferências, feitas por meio de contratos de mútuo e Adiantamentos de Futuro Aumento de Capital (Afacs) aos diretores do Grupo Opportunity Eduardo Penido Monteiro e Norberto Aguiar Tomaz, que tiveram a prisão temporária decretada em julho do ano passado, juntamente com o sócio-fundador Daniel Dantas.
Diante da negativa dos diretores em atender o pedido, a PF obteve na Justiça autorização para busca e apreensão dos documentos na sede do Grupo Opportunity, no Rio, e em suas empresas. O Ministério Público, por meio do procurador da República Rodrigo de Grandis, manifestou-se favoravelmente à solicitação. Na última terça, de Sanctis decretou as buscas.
"Eles alegaram que a PF já tinha alguns contratos, o suficiente para a investigação, e que não tinham obrigação de repassá-los. Isso está incorreto, e o inquérito quer saber os empréstimos são ou não ilegais. Não estamos dizendo que foram irregulares, mas existem indícios de que foram", disse De Grandis.