Justiça abre novo processo contra Marcos Valério

Pivô do Mensalão é acusado junto com outras dez pessoas em Santos

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Por Rejane Lima
Atualização:

O empresário Marcos Valério e mais dez pessoas, a maioria policiais e ex-policiais, foram denunciados e passaram a ser réus na Justiça Federal em Santos, na Baixada Santista, em mais uma etapa da Operação Avalanche. A denúncia do Ministério Público Federal foi aceita integralmente pela 6ª Vara Federal de Santos, na última terça-feira. O grupo é acusado de forjar um inquérito na Delegacia da Polícia Federal de Santos, para espionar as atividades e desmoralizar dois fiscais da Secretaria da Fazenda paulista, encarregados de conduzir ações que resultaram na aplicação de multa milionária contra a cervejaria Petrópolis, controlada por Walter Faria. No início da semana, o Ministério Público também encaminhou à Justiça uma solicitação para que fosse enviado à Polícia Federal pedido para a instauração de outro inquérito, para apurar o suposto envolvimento da quadrilha em um acidente automobilístico envolvendo um dos fiscais. Escutas das investigações revelam indícios de que o ocorrido não seria acidental. Todos os 11 réus respondem por formação de quadrilha, porém, cada um é acusado de outros crimes, conforme participação na trama. Os réus empresários e advogados, por exemplo, respondem também por corrupção ativa, denunciação caluniosa e tráfico de influência. Já os agentes públicos são acusados de corrupção passiva e crimes funcionais, como violação de sigilo funcional. Os oito acusados que já estavam presos preventivamente permanecerão na cadeia. Depois de um conflito de competência sobre o processo tramitar em São Paulo, local das investigações da Operação Avalanche, ou em Santos, local dos fatos, a desembargadora Vesna Kolmar decidiu, em caráter liminar, que o processo ficará em Santos até o julgamento do mérito do conflito. As investigações da Operação Avalanche chegaram a uma quadrilha que cometia crimes na área de comércio exterior e, posteriormente, a Walter Faria, que é diretor-presidente na cervejaria Petrópolis e um dos três réus que respondem ao processo em liberdade. Segundo a denúncia, o empresário contratou, informalmente, os serviços de consultoria de Marcos Valério e Rogério Tolentino, para tentar se livrar de multas superiores a R$ 100 milhões contra a cervejaria e a distribuidora Praiamar, em auto de infração que constatou irregularidades. Para aplicar o plano, Valério e Tolentino contataram o advogado Ildeu da Cunha Pereira Sobrinho, que, por sua vez, teve o apoio da advogada Eloá Velloso. Pereira Sobrinho está preso e Eloá responde em liberdade por motivos de doença. O plano previa incriminar com falsas denúncias os fiscais Antonio Carlos de Moura Campos e Eduardo Friedman.

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