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Jurados do caso Carandiru visitam Pavilhão 9

Por Agencia Estado
Atualização:

Os sete jurados que vão decidir o destino do coronel Ubiratan Guimarães, acusado de ser o responsável por 111 mortes e 5 tentativas de homicídio no massacre do Carandiru, visitaram o local da chacina, o Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo. Por 15 minutos, eles percorreram galerias, escadarias, corredores e o pátio interno do pavilhão acompanhados pela juíza Maria Cristina Cotrofe, pelos advogados do réu, promotores, oficiais de justiça e a escolta policial. O diretor da Casa de Detenção, Sérgio Zepellin Filho, acompanhou o grupo, explicando o trajeto realizado pela tropa até o 2º andar do pavilhão. Os presos estavam todos trancados em suas celas. Não houve nenhuma manifestação durante a visita. "Eu senti uma tranqüilidade no lugar, parecia uma igreja", disse o promotor Felipe Locke Cavalcanti. O pedido de levar os jurados para a detenção havia sido feito pelo advogado do coronel, Vicente Cascione. O objetivo, segundo ele, era mostrar aos jurados o que os policiais sentiram ao entrar no pavilhão no dia 2 de outubro de 1992, data do massacre. A conversão do julgamento em diligência foi decidida ontem, às 8h30, pela juíza. Logo depois de recomeçar o julgamento, ela anunciou a decisão. Os jurados foram levados em uma Kombi cujos vidros estavam cobertos por papelão para preservar a incomunicabilidade do grupo. Na frente, dois carros da Polícia Civil e um que levava a juíza e um promotor faziam a escolta. Atrás, o carro com os advogados e mais um veículo da polícia. Eles deixaram o Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães às 8h50 e chegaram à Detenção às 9 horas. A Kombi com os jurados e oficiais de Justiça entrou direto pelo pátio interno, conhecido como Divinéia. Os demais carros pararam no estacionamento em frente ao presídio, hoje dividido em três unidades diferentes. Após o percurso no pavilhão, os jurados retornaram para a Kombi e o comboio voltou ao fórum, chegando às 9h35. Foi feita uma pausa no julgamento que deve reiniciar com os depoimentos de dois sobreviventes e três testemunha do massacre, todos presos.

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