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Jungmann diz que programa da seca vai até março

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, disse hoje que mesmo que se confirmem as previsões de chuva no semi-árido nordestino a partir de fevereiro, o programa emergencial de combate à seca será mantido pelo menos até março. "O início do período de chuva não significa renda imediata para o agricultor, e o semi-árido tem a miséria como característica", afirmou ele, em entrevista, depois de reunião da Câmara Setorial de Convívio com o Semi-Árido, no prédio da extinta Sudene, em Recife. A previsão inicial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP) é de um inverno normal no próximo ano, o que só poderá ser confirmado de maneira mais precisa daqui a cerca de 20 dias. Essas informações sobre o clima devem nortear a definição sobre a extensão da ação emergencial. O ministro adiantou que os programas - vale-comida, seguro-renda e distribuição de água em carros-pipa - não serão suspensos de uma vez. Cerca de quatro milhões de pessoas são beneficiadas atualmente. Ao fazer um balanço sobre as ações do governo federal relativas à seca, Jungmann ressaltou a importância do programa Águas do Nordeste, lançado há duas semanas pelo presidente Fernando Henrique e que prevê a integração e compatibilização de orçamentos e obras dos vários órgãos que tratam de recursos hídricos. "O Nordeste tem um estoque de águas relativamente significativo, mas a distribuição é insatisfatória", afirmou o ministro. "Descobriu-se que a Petrobras tem de 2 mil a 2,5 mil poços profundos no semi-árido que estão fechados", exemplificou. "Isso não era divulgado para que não houvesse a interpretação de fracasso da empresa na prospecção de petróleo". Segundo o ministro, já existe uma articulação para saber da localização desses poços e de que forma eles podem ser utilizados. A meta é elaborar uma agenda, até o final de abril, com um quadro da situação hídrica da região, elegendo as obras prioritárias e as ações necessárias para que se tenha racionalidade e eficiência na aplicação dos recursos, e sustentabilidade hídrica. O Águas do Nordeste deve engajar todos os órgãos governamentais e não-governamentais ligados ao tema, Estados e prefeituras. "É um programa para ser desenvolvido em 10 anos", frisou o secretário-executivo da Câmara Setorial, Orlando Muniz. "Não é uma política desse governo, mas uma política pública a ser levada adiante por qualquer que seja o governo que venha a suceder o presidente Fernando Henrique". Hoje, foi lançado o programa estadual de Pernambuco, o primeiro. Até 20 de janeiro o lançamento terá sido feito em todos os Estados integrantes do Semi-Árido.

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