Julgamento dos PMs de Carajás recomeça dia 18

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Por Agencia Estado
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A juíza Eva do Amaral Coelho, do Tribunal de Justiça do Pará, marcou para o próximo dia 18 de junho a retomada do julgamento dos 150 homens da Polícia Militar do Estado, acusados pela morte de 19 agricultores sem-terra e ferimentos em outras 66 pessoas, em abril de 1996, em Eldorado dos Carajás, durante bloqueio da rodovia PA-150 pelo Movimentos Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). No dia 18, serão julgados os oficiais que comandaram as tropas de Marabá e Parauapebas no episódio: o coronel Mário Pantoja, o major José Maria Oliveira, e o capitão Raimundo Lameira. No dia 25, os quatro tenentes, 12 sargentos e um cabo, um total de 17 acusados. A última sessão do júri será realizada no dia 2 de julho, com 130 cabos, sargentos e soldados. A juíza decretou a extinção de punibilidade do soldado William Moreira de Holanda, morto a tiros no ano passado em Parauapebas. Sete advogados e outros quatro assistentes irão defender os 150 acusados. O Ministério Público será representado pelos promotores Marco Aurélio Nascimento e José Rui de Almeida Barbosa. Segundo a juíza Eva Coelho, o julgamento foi desdobrado em três sessões e não em nove, como inicialmente havia previsto, para evitar o "desgaste" dos advogados. "Eles observaram que ficariam muito desgastados porque iriam falar a mesma coisa em todas as sessões". Esse problema, disse a juíza, também atingiria os promotores e os próprios jurados. O promotor Marco Aurélio Nascimento observou que não tinha nenhuma objeção a fazer sobre o critério adotado pela juíza. "Gostei da maneira como ficou o julgamento". Nascimento anunciou que vai juntar nesta quarta-feira ao processo o laudo do perito da Unicamp, Ricardo Molina, que ao examinar, no ano passado, a fita com as imagens do episódio de Eldorado dos Carajás, constatou ter sido o primeiro tiro disparado pela Polícia Militar e não pelos sem-terra, como sustenta até hoje a defesa dos acusados. "A imagem revelou que havia um trabalhador rural caído ao lado do caminhão da PM. Foi por causa disso que os sem-terra avançaram contra os militares", resumiu o promotor.

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