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Juíza quer apurar recursos financeiros de Marcos Valério

Publicitário, pivô do mensalão, responde a processo por sonegação fiscal de cerca de R$ 55 milhões

Por Eduardo Kattah
Atualização:

A juíza Raquel de Lima Vasconcelos, da 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, disse na quinta-feira que irá buscar informações mais detalhadas sobre os recursos financeiros disponíveis e atuais rendimentos de Marcos Valério Fernandes de Souza, que responde a processo por sonegação fiscal de cerca de R$ 55 milhões na condição de sócio da DNA Propaganda. Em depoimento na última quarta-feira, Valério afirmou que conseguiu a liberação de parte de seus recursos, bloqueados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O empresário - apontado como operador do mensalão durante o primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva e do esquema envolvendo a candidatura à reeleição do então governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998 -, contudo, não foi questionado e não informou o montante liberado. A magistrada disse que pretende estudar os autos ou mesmo pedir um novo interrogatório para identificar com precisão as "condições de vida" e a "real situação financeira do réu". Segundo ela, a informação é relevante no caso de eventual condenação que determine a restituição do débito com o Fisco aos cofres públicos. O mesmo, segundo ela, vale para os outros réus. Além de Valério, respondem por sonegação fiscal na ação sua mulher, Renilda Maria Santiago, e ex-sócios - Francisco Marcos Castilho, Ramon Hollerbach Cardoso e Cristiano de Mello Paz. O advogado Marcelo Leonardo, que representa Valério, disse que pediu e foi atendido pelo ministro Joaquim Barbosa com a liberação de uma das contas bancárias do seu cliente após o bloqueio em novembro de 2005. O argumento, conforme Leonardo, foi a necessidade de Valério ter recursos para pagar suas despesas e manter a família. "Não me lembro do valor", disse o advogado. Durante seu depoimento, Valério também afirmou que desde 2005 atua como "consultor" no escritório que divide com o advogado Rogério Tolentino, na zona sul da capital mineira. Pelos serviços, disse que recebe "em espécie", já que não pode movimentar suas contas bancárias. Disse ainda que sustenta a esposa e os dois filhos e ajuda mensalmente sua mãe com a quantia de R$ 800.

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