Juíza capixaba decreta prisão de mais 3 acusados de corrupção

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Por Agencia Estado
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A juíza Catharina Barcellos, da 8ª Vara Criminal de Vitória, decretou hoje a prisão de mais três acusados de um esquema de corrupção e desvio de dinheiro público que envolve empresários capixabas e membros do governo estadual, entre eles, o cunhado do governador José Ignácio Ferreira (sem partido) e ex-secretário de Governo Gentil Ruy. Os três são acusados de transferir R$ 5 milhões pertencentes à Secretaria de Educação do Estado (Sedu) depositados numa conta do Banco do Brasil (BB) para uma na Coopeftes, uma cooperativa de crédito privada que também está envolvida no desaparecimento de dinheiro de várias secretarias e projetos sociais. A operação de transferência teria sido articulada pelo ex-subsecretário de Educação Paulo Stefenoni, pelo funcionário da Sedu Cassyus de Souza Sesse e pelo ex-supervisor financeiro da secretaria Antônio Sérgio Santos Rabello. Para transferir o dinheiro, eles teriam até falsificado a assinatura do então secretário de Educação, Marcelo Basílio. Rabello e Sesse foram presos hoje à tarde, mas Stefenoni continua. O escândalo da Sedu faz parte de mais um inquérito do Ministério Público Estadual (MPE). O pedido de prisão dos envolvidos havia sido feito no dia 30. Além dos três novos pedidos, a Justiça também decretou, pela segunda vez, a prisão de outros quatro acusados, entre eles, Ruy. Os quatro também estão envolvidos no desaparecimento de R$ 4,3 milhões e estavam com as prisões decretadas desde a semana passada. Ruy era o único que havia sido localizado pela polícia até o fim de semana. Ele está preso desde terça-feira, mas, hoje, outros três denunciados (por participarem do desaparecimento dos R$ 4,3 milhões) apresentaram-se. Com isso, sobe para seis o número de envolvidos no esquema de corrupção do Estado que estão na cadeia. Além de Ruy, Sesse e Rabello, foram detidos os diretores da Fundação Augusto Ruschi Aluízio Sá Santos e Augusto Ruschi Filho, e o sócio da empresa BBS Consultoria Flávio dos Santos. Quintanilha, que se entregaram hoje à Polícia Civil. Os diretores da Fundação e da BBS teriam ajudado no desaparecimento dos R$ 4,3 milhões dos cofres públicos, e os administradores teriam tido participação direta no desvio do dinheiro para contas particulares do empresário Raimundo Benedito de Souza Filho, o "Bené". Amigo do cunhado do governador, "Bené" também teve a prisão decretada, mas está foragido. Além do decreto de prisão temporária (cinco dias), a Justiça também determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico e o seqüestro de bens. Os outros envolvidos na transferência de dinheiro da Secretaria de Educação para a cooperativa e que estão foragidos são o gerente da Coopetfes Marcelo Gabriel de Almeida, o presidente Gabriel dos Anjos de Jesus, e o auditor Paulo Sérgio Torres da Silva (os dois últimos com mandado de prisão decretado). A Comissão Especial que analisará o pedido de cassação do governador foi definida oficialmente hoje pela Assembléia Legislativa. Os 16 deputados que formam a comissão terão dez dias para estudar o pedido e decidir dar ou não continuidade ao processo. Se o parecer for favorável ao impeachment, o governador terá mais 20 dias para se defender. Só então o pedido pode ser votado em plenário pelos deputados. Para que o pedido seja, finalmente, aceito, a proposta tem de ter o voto de 20 dos 30 deputados. Em seguida, se aprovado, o governador poderá ser afastado por até 180 dias.

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