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Juiz renova prisão de 4 acusados detidos pela PF em AL

Por RICARDO RODRIGUES
Atualização:

O juiz Rubens Canuto Neto, da Justiça Federal de Alagoas, transformou hoje a prisão temporária de quatro presos na Operação Carranca da Polícia Federal em prisão preventiva. A decisão do juiz foi tomada um dia antes de encerrado o prazo de cinco dias da prisão temporária. Com isso, ficou em sete o número de presos na operação que foram liberados até ontem. Hoje pela manhã, o advogado Zieg Camacho, que defende o engenheiro José Antônio de Melo, secretário de Obras de Palmeira dos Índios, esteve na sede da superintendência da PF em Maceió. Camacho disse que informou a seu cliente que sua prisão temporária tinha sido transformada em preventiva, aumentando de 5 dias para pelo menos 30 dias o seu tempo de prisão. Além de José Antônio, tiveram prisão temporária transformada em preventiva o ex-vice-prefeito de Palmeira dos Índios, Edson José da Silva; o secretário de administração da Prefeitura de Marechal Deodoro, Francisco Carlos Albuquerque dos Santos; e Paulo Roberto Ezequiel de Mendonça, da construtora Estrela. Dos 21 presos durante Operação Carranca, sete foram liberados e 14 continuam presos. As prisões foram executadas pela PF a pedido do Ministério Público Federal de Alagoas, que investiga o desvio de recursos federais que seriam usados em obras patrocinadas por vários ministérios. Segundo o delegado da PF André Santos Costa, que esteve à frente da investigações, pelo menos quatro organizações criminosas estariam envolvidas no esquema que teria lesado os cofres públicos em cerca de R$ 20 milhões. Segundo o advogado Zieg Camacho, no documento entregue pelo juiz Rubens Canuto Neto comunicando a mudança de prisão temporária para preventiva, constam os nomes dos cinco principais responsáveis pelo desvio de quase R$ 20 milhões dos cofres públicos. Os recursos federais, liberados por vários ministérios para prefeituras alagoanas, teriam sido desviados de obras superfaturadas e até inexistentes por meio de construtoras. Construtoras Do total de recursos desviados, a maior parte, cerca de R$ 13 milhões, foi de obras da construtora Lacerda Engenharia, do engenheiro Ronaldo Farias de Lacerda, que continua preso. O presidente da Câmara de Palmeira dos Índios, Demerval Basílio (PSDB), também aparece como dono da Construtora PPC (Palmeira Projetos e Construções), como tendo recebido R$ 1,4 milhão para obras em municípios da sua região. Val Basílio continua preso, mas sua mulher, Veroneide da Costa Silva, foi liberada ontem. O ex-prefeito de Traipu, Marcos Antônio dos Santos, que foi preso com o filho, engenheiro Marcos Douglas Medeiros dos Santos, também aparece como dono da Construtora Meca e teria recebido R$ 1,65 milhão para obras públicas. Pai e filho continuam presos. O ex-diretor do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca em Alagoas (DNOCS), Christiano Mendonça, que foi preso com o irmão e o pai (Paulo Roberto Pontes Mendonça), aparece como dono da Construtora Estrela, que teria desviado cerca de R$ 2,3 milhões do obras patrocinadas com recursos federais. O engenheiro Luiz Carlos dos Santos, secretário de Obras de marechal Deodoro, aparece também na lista como responsável pela Construtora Nejusan, que teria desviado R$ 583 mil em recursos federais, destinados a realização de obras na região.

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