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Juiz recusa oferta de até US$40 mi de Abadía por benefícios

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Por Redação
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Uma proposta do traficante colombiano Juan Carlos Ramírez-Abadía de entregar à Justiça brasileira de 30 milhões a 40 milhões de dólares em troca de benefícios foi recusada por um juiz federal de São Paulo, nesta quarta-feira. Abadía -- acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção ativa, falsificação de documentos e falsidade ideológica-- é um dos maiores traficantes de drogas do mundo e tem um pedido de extradição para os Estados Unidos sendo avaliado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O traficante, conhecido como "Chupeta", solicitou a diminuição ou extinção da pena de sua mulher, Yessica Paola Rojas Morales -- acusada de três crimes --, a transferência dele do presídio federal de Campo Grande (MS) para a prisão de Itataí (SP) e, no caso de concessão da extradição para os EUA, a liberação do cumprimento de pena no Brasil, afirmou a procuradora Thaméa Danelon. O juiz Fausto Martin de Sanctis, no entanto, não aceitou os termos do acordo, "porque preferiu ficar livre para proferir a sentença ao final do processo do modo que achar melhor", segundo a procuradora. De acordo com Danelon, o colombiano ofereceu entre 30 milhões a 40 milhões de dólares que ele tem escondidos no Brasil em troca dos benefícios. Além do dinheiro, o colombiano propôs que, se o juiz aceitasse os termos do acordo, ele faria com que três comparsas seus no exterior e um no Brasil se apresentassem à Justiça espontaneamente. "O Ministério Público Federal havia concordado na redução de pena de Yessica, mas outros termos do acordo precisariam ser melhor estudados. De qualquer modo, quem decide é o juiz, e ele entendeu por bem não aceitar", disse a procurada a repórteres, em entrevista coletiva, após a audiência realizada no prédio da Justiça Federal. Danelon lamentou a recusa do juiz, afirmando que o dinheiro poderia ser destinado inclusive a obras sociais no país. "Trinta a 40 milhões de dólares é um dinheiro importante, que poderia ser utilizado para a infra-estrutura da Justiça, para ONGs e para obras sociais em geral", declarou. Abadía foi preso em agosto de 2007 em um condomínio de luxo em Aldeia da Serra, na Grande São Paulo, e está em regime de prisão preventiva no presídio federal de Campo Grande. Segundo Danelon, ele pode pegar até 30 anos de prisão, pena máxima no Brasil, pelas acusações contra ele. Nos EUA, Abadía é procurado por tráfico de drogas e pelo assassinato de 15 pessoas, incluindo policiais, e na Colômbia é suspeito de ordenar cerca de 300 assassinatos. O traficante retorna na tarde desta quarta-feira de São Paulo para Campo Grande. (Por Guilherme Vieira)

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