Juiz do caso Dantas apresenta defesa ao TRF-3

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Por AE
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O juiz Fausto Martin De Sanctis, que no auge da Operação Satiagraha mandou prender duas vezes o sócio-fundador do grupo Opportunity, Daniel Dantas, entrega hoje à Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) documento de 30 páginas crucial para evitar manchas em sua carreira na magistratura. Trata-se de sua defesa preliminar em procedimento administrativo de caráter sigiloso aberto para investigar se ele desobedeceu ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou suspender todos os atos processuais da ação penal sobre evasão de divisas envolvendo a parceria MSI/Corinthians. O magistrado rebate, ponto a ponto, a acusação. No documento, ele não admite nenhuma ilegalidade em sua conduta. Alega que não afrontou a corte, não desrespeitou nenhuma decisão judicial e não agiu com intenção de descumprir ordens do STF. Ao contrário, ressalta a defesa, De Sanctis tomou medidas estritamente dentro da lei e dos códigos que regem a rotina processual. Acatou todas as normas internas do tribunal. Subscrita pelo advogado Pierpaolo Bottini, ex-secretário da Reforma do Judiciário, a defesa do juiz é uma peça técnica e passa ao largo da crise que o colocou frente a frente com Gilmar Mendes, presidente do STF, que mandou soltar Dantas. Titular da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, onde foi aberto o processo MSI/Corinthians, De Sanctis narra sua atuação nos autos até que, em setembro de 2008, a 2ª Turma do STF decretou a interrupção da ação penal sob sua responsabilidade. A ordem do STF foi dada em habeas-corpus apresentado pelo criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o empresário russo Boris Berezovsky, réu naquela ação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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