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Juiz concede reintegração de posse de fazenda da Aracruz

A propriedade foi ocupada por integrantes MST na madrugada de quarta-feira

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Por Agencia Estado
Atualização:

O juiz da 2.ª Vara Cível da Comarca de Aracruz (Espírito Santo), Camilo José D´ávila Couto, reafirmou decisão judicial de setembro passado e concedeu a reintegração de posse da Fazenda Agril, no Norte do Espírito Santo, à Aracruz Celulose, informou a assessoria de imprensa da empresa. A propriedade foi ocupada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) na madrugada de quarta-feira. A direção do MST no Estado não foi notificada da decisão. Os sem-terra alegam que a fazenda é composta por terras devolutas (pertencentes ao Estado). Eles ocuparam a Agril em setembro passado e permaneceram ali por um mês. Em outubro, a Aracruz Celulose obteve a reintegração da posse. "Saímos com a promessa de que o governo estadual faria a vistoria da terra para levantar sua origem. E até hoje isso não foi feito", afirmou Ronaldo Alves, um dos coordenadores do MST no Estado. Hoje há cerca de 200 famílias na fazenda, com 190 crianças. Eles estão dormindo em galpões, enquanto as barracas de lona são montadas. Em nota, a Aracruz informou que 78% dos 8.700 hectares da fazenda são áreas de preservação ambiental. Mil e trezentos hectares são ocupados por plantio de eucalipto. De acordo com nota da assessoria de imprensa, a empresa "detém a titularidade de toda a área". "No ano passado a Aracruz dizia que 60% da área era de preservação. Hoje eles dizem que são 80%. É no mínimo estranho. O que nós queremos é que o Estado identifique se a terra é deles e retome. Se for área de preservação, nós aceitamos. Se não for, queremos que as famílias sejam assentadas", afirmou Alves. "Estamos dispostos a tudo". A polícia não esteve na fazenda, segundo informou Alves. O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Espírito Santo, Jerônimo Brumati, informou que há suspeitas de que a fazenda seja composta por terras devolutas. "É preciso que o Estado faça o levantamento. É um trabalho caro, que depende de estrutura e pessoal equipado. Estamos propondo uma conversa com o Estado para buscar entendimento sobre quando será possível realizar esse trabalho", afirmou. O Estado procurou o diretor técnico do Instituto de Defesa Agropecuária e Floresta (Idaf) do Espírito Santo, José Luiz Demoner de Almeida, mas ele não retornou a ligação até as 18 horas.

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