Jucá será relator do salário mínimo no Senado

Capacidade de articulação do senador e o bom trânsito com a oposição o transformam num fiador da iminente vitória do governo na Casa

PUBLICIDADE

Por Andrea Jubé Vianna e da Agência Estado
Atualização:

BRASÍLIA - Depois de conversar com a presidente Dilma Rousseff (PT) e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Eunício Oliveira (PMDB-CE), decidiu nomear o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), relator do projeto de lei que fixa o salário mínimo em R$ 545. A proposta será votada na próxima quarta-feira na CCJ pela manhã e no plenário do Senado à tarde.Jucá será o relator na comissão e no plenário, com a missão de aprovar no Senado o mesmo texto aprovado pelos deputados e derrotar as emendas que defendem valores maiores para o mínimo: de R$ 560 e R$ 600. As articulações para a nomeação de Jucá - que era um desejo do Planalto - também envolveram o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), que se reuniu na noite de quinta com Eunício no Senado.A capacidade de articulação de Jucá e o bom trânsito com a oposição o transformam num fiador da iminente vitória do governo na Casa. Levantamento feito na quinta pelo jornal O Estado de S. Paulo junto aos senadores verificou que o governo tem garantidos, pelo menos, dois terços dos votos a favor do mínimo de R$ 545.O cargo de relator também era cobiçado pelo ex-ministro da Previdência José Pimentel (PT-CE), mas havia um acordo entre PT e PMDB para que a relatoria ficasse com um peemedebista no Senado. Na Câmara, o cargo coube, estrategicamente, ao deputado petista Vicentinho (SP), ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).Nos bastidores, muitos peemedebistas rechaçaram a possibilidade de relatar a matéria, receosos da enxurrada de vaias sobre Vicentinho no plenário da Câmara, com as galerias lotadas de sindicalistas. Mas o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), presidente do PMDB, era um dos voluntários: "Se me derem para relatar, eu quero", declarou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.