Jucá negocia votação da CSS no Senado após eleições

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Por Cida Fontes
Atualização:

Mesmo se a Câmara dos Deputados concluir na próxima semana a votação do projeto de regulamentação da emenda 29, que cria a Contribuição Social para a Saúde (CSS), o Senado deve submeter a proposta ao plenário só depois das eleições. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), já começou a articular essa posição com os partidos de oposição na busca de um acordo. Ele conversou sobre o assunto com os líderes esta semana, usando a justificativa de que o tema é polêmico e provocará desgaste político em um ano eleitoral. Além disso, o governo teme derrota se colocar logo o projeto em votação. A resistência dos senadores à CSS é clara e o próprio presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), tem se manifestado contra o aumento de impostos. Senadores da oposição e da base aliada argumentam que a Câmara fez mudanças profundas no projeto aprovado no Senado, de autoria do petista Tião Viana (PT-AC). Pesa também o fato de o Senado ter derrubado a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no ano passado com o apoio de dissidentes dos partidos governistas. Os senadores observaram com atenção a votação na Câmara, onde cerca de 80 deputados que votaram a favor da CPMF no ano passado não mantiveram a posição na votação da CSS. Ou seja, as eleições municipais, que influem diretamente na vida dos deputados, foram decisivas no placar apertado, com o governo conseguindo vencer somente com dois votos a mais do quórum necessário de 257 deputados.

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